SISSOCO EMBALÓ CONSIDERA INACEITÁVEL
PAÍS TER MAIS OFICIAIS MILITARES QUE SOLDADOS
O
Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, disse que o país "tem mais
oficiais" nas forças de defesa e segurança "do que soldados",
uma situação que considerou ser inaceitável perante esforços de desenvolvimento
do país.
O chefe de Estado falava no
Domingo aos jornalistas à margem de uma visita e almoço com os oficiais do
Ministério do Interior, em Bissau.
"Hoje temos mais oficiais
que soldados. Como é que isso é possível", questionou Umaro Sissoco
Embaló, que disse estar a combater aquela realidade no sentido de a mudar.
O chefe de Estado afirmou que
o país conheceu vários Presidentes da República desde o fim do conflito
político-militar de 1998/99, mas que nenhum "teve a coragem de atacar o
problema", que diz agora enfrentar por ter sido oriundo das Forças
Armadas.
Embaló cumpriu o Serviço
Militar Obrigatório.
O Presidente guineense disse
ser necessário um diálogo para mudar aquele paradigma, ao mesmo tempo que é
preciso encorajar os cidadãos a retomarem a confiança no país.
Sissoco Embaló afirmou que a
diáspora guineense "é a mais perdida", onde, disse, existem cidadãos
que "falam mal do país".
O Presidente observou ainda
que guineenses, sobretudo os que vivem na diáspora, "insultam as
autoridades", mas avisou que vai se manter no poder "até dois mil e
trinta e tal", enquanto o poder for conquistado através do voto do povo,
notou.
"Enquanto eu for
Presidente, nem o chefe do Estado-Maior (das Forças Armadas) será assassinado,
nem chefes dos ramos (das Forças Armadas) serão assassinados. Quem duvidar que
tente, haverá consequência", sublinhou, referindo-se a eventuais golpes de
Estado.
O chefe de Estado defendeu que
"as pessoas sabem hoje qual é a correlação de forças" que existe no
país, onde, frisou, deve existir ordem e disciplina
"Existe só um chefe neste
país", afirmou, referindo-se a si próprio.
O chefe de Estado guineense
disse ter ficado "agradavelmente surpreendido" ao constatar que
existem no Ministério do Interior cinco jovens acabados de chegar ao país após
se formarem na Escola Superior da Polícia de Segurança Pública (PSP) em
Portugal.
"Devem ser aproveitados
como professores até nas nossas universidades, têm condições para lá
lecionarem. Quando fizermos um recrutamento de novos polícias essa gente poderá
capacitar os novos polícias", observou Sissoco Embaló. Ansumane Mané timha
razão ou não?
Notatanca, 08.11.2024