ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL APRESENTAM 48 RECOMENDAÇÕES À ONU PARA ENDIREITAR O PAÍS
As organizações da sociedade civil guineense
apresentaram ao Comité da Organização das Nações Unidas (ONU) a proposta para a
implementação de um pacote de 48 recomendações para que o país respeite o Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP), protocolo ratificado
pelo Estado da Guiné-Bissau.
Entre as recomendações, seis organizações da sociedade civil enfatizam num comunicado enviado à CFM, esta terça-feira (24.06), a eliminação de perseguições e o impedimento das manifestações, em vigor desde janeiro de 2024.
"Cessar imediatamente as detenções arbitrárias,
atos de intimidação e perseguição contra defensores de direitos humanos,
jornalistas e opositores políticos; Investigar de forma rigorosa e punir os
responsáveis por atos de tortura e maustratos; Levantar com caráter de urgência
a suspensão ilegal da liberdade de reunião e manifestação em vigor na
Guiné-Bissau; Reformas estruturais para garantir a independência do poder
judicial e o combate à impunidade", destacam as organizações.
As estruturas representativas da sociedade civil da
Guiné-Bissau salientaram ainda que se deve: "Criar os mecanismos de
proteção para trabalhadores vulneráveis, como empregadas domésticas; Adotar
políticas públicas inclusivas que assegurem a participação efetiva das mulheres
nos espaços de decisão e proteção dos direitos das pessoas com deficiência;
Erradicar práticas discriminatórias e violentas com base no género e na
tradição; Criar centros de reabilitação e acolhimento nacionais e regionais
para as crianças em situações de riscos ou em conflito com a lei" lê-se.
As recomendações surgiram depois desses membros da
sociedade civil terem sido ouvidos, na Suíça, pelo Comité da ONU, órgão
estabelecido pelo Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que tinha
recebido o relatório do governo guineense, que apresentou a sua versão sobre os
direitos humanos e o cumprimento do PIDCP pelo Estado da Guiné-Bissau.
No seu relatório alternativo sobre a situação dos
direitos civis e políticos no país, entre 2020 e 2025, entre ao referido
Comité, as organizações afirmam que esse período foi marcado por "graves
retrocessos democráticos" e aumento de violações dos direitos humanos no
país.
Na quinta-feira (26.06), será a vez da delegação do
governo guineense ser ouvida pelo Comité da ONU, sobre o seu relatório e
confrontada com os factos descritos por seis organizações da sociedade civil. A
CFM soube que os "porta-vozes" do regime deverão chegar à Suíça esta
quarta-feira.
As seis organizações da sociedade civil autoras das
recomendações à ONU são a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), a Ordem
dos Advogados da Guiné-Bissau (OAGB), a Plataforma Política das Mulheres
(PPM-GB), a Associação Juvenil para a Promoção e Defesa dos Direitos Humanos
(AJPDHGB), a Rede de Defensores dos Direitos Humanos (RDDH-GB) e a Convenção
Cidadã (CC).
Notabanca; 25.06.2025

Sem comentários:
Enviar um comentário