TRIBUNAL DE CONTAS DÁ NOTA NEGATIVA AO EX-GOVERNO E APONTA IRREGULARIDADES ENTRE 2014 E 2016
O Tribunal de Contas entregou esta
quinta-feira à Assembleia Nacional Popular os pareceres das Contas Gerais do
Estado referentes aos exercícios de 2014 e 2016, para que sejam avaliados sob a
ótica do julgamento político.
O documento, entregue esta quinta-feira, 20 de março, a vice-presidente da Assembleia Nacional Popular, Adja Satu Camará Pinto, está dividido em duas partes: a primeira trata de aspetos gerais, enquanto a segunda apresenta o relatório técnico, contextualizando-o no cenário macroeconómico. Esse relatório permite uma avaliação detalhada das atividades económicas e financeiras do Estado nos domínios do Processo Orçamental, conforme exposto no Cofre Geral do Estado dos anos de 2014 a 2016.
Segundo a nota do Tribunal de Contas, em
2014, as receitas e despesas orçamentais do Estado não foram registradas
contabilisticamente de acordo com a contabilidade patrimonial, o que impediu a
implementação plena do plano de contabilidade do Estado.
Em 2015, o Tribunal de Contas não
recebeu os indicadores de riscos relacionados à emissão de bilhetes do tesouro,
nem justificativas sobre os empréstimos, incluindo os objetivos do
endividamento, os tetos de endividamento, os juros pagos e as taxas de câmbio.
A instituição também registrou o
incumprimento de uma disposição da Lei do Orçamento Geral do Estado de 2015,
que obriga o depósito em uma conta especial gerida conjuntamente pelos
ministérios da função pública, economia e finanças. Este valor é referente ao
desconto de 6% sobre o salário bruto mensal dos funcionários públicos,
destinado ao fundo de pensões para aposentadoria.
Em 2016, foi constatada a inexistência
de um Orçamento Geral do Estado. Como resultado, conforme indicado na nota
consultada pela Rádio Sol Mansi, o governo executou a proposta do orçamento de
2015, em vez de cumprir o Orçamento do Estado de 2016, violando, assim, as
regras de execução orçamental previstas pelo regime duodecimal.
O documento acrescenta ainda que, em
2016, as demonstrações financeiras apresentadas no Cofre Geral do Estado não refletem
de forma regular, atual e precisa a situação económica e financeira do país,
nem as operações e acontecimentos ocorridos durante o exercício.
A entrega dos pareceres sobre as Contas
Gerais do Estado de 2014 e 2016 ocorreu nesta quinta-feira, 20 de março de
2025, em meio a uma crise política institucional, marcada pela dissolução
antecipada da Assembleia Nacional Popular da décima primeira legislatura, antes
do prazo legalmente previsto na Constituição da República.
Notabanca;
20.03.2025
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