GREVE GERAL TRIBUNAIS ENCERRADOS E PROCESSOS BLOQUEADOS
Os tribunais
estão encerrados, os processos dependentes de juízes, bem como as audiências e
decisões de libertação de presos não podem acontecer, devido à greve geral
iniciada esta quinta-feira (20.03) pelos Magistrados Judiciais, do Ministério
Público e Oficiais de Justiça.
Esta manhã, a reportagem da CFM esteve no Tribunal da Família, uma das instituições judiciais do país que mais casos têm recebido, e encontrou tudo deserto. Pelo menos um julgamento que deveria iniciar esta quinta-feira no Tribunal Regional de Bissau, não aconteceu.
A greve é
convocada por uma "frente única" constituída pela Associação Sindical
dos Magistrados Judicais (ASMAGUI), a Associação Sindical Livre dos Magistrados
do Ministério Público da Guiné-Bissau (ASSILMAMP-GB) e ainda o Sindicato
Nacional dos Oficiais de Justiça (SOJ).
Os
sindicatos estão a exigir o cumprimento de sete pontos que consideram
importantes resolver. Entre eles, a criação de condições de segurança nos
tribunais e a reabertura de alguns tribunais que se encontram encerrados, bem
como a reabilitação dos edifícios.
Outro ponto
é o pagamento de cinco meses de salários retroativos aos Magistrados Judicais e
do Ministério Público, nomeados pelo Conselho Superior da Magistratura
Judicial, em 2022, e ainda a "revogação imediata" do circular que
ordena o depósito de todo o dinheiro decorrente do pagamento de preparo e taxas
de Justiça nos processos judiciais.
Os
sindicalistas consideram que, além de o projeto da criação da conta única do
tesouro não ter sido promulgado pelo Presidente da República, o circular viola
"flagrantemente" a independência dos tribunais e o princípio
constitucional da separação de poderes.
A CFM
tentou, sem sucesso, obter a reação do Ministério da Justiça e dos Direitos
Humanos, sobre a greve que deverá terminar no dia 25 de março.
Notabanca;
20.03.2025
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