O secretário-geral da ONU reagiu à morte do general iraniano Qassem Soleimani, numa operação coordenada pelos EUA.
O
secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou ontem que "o mundo não
pode permitir outra guerra no Golfo", numa referência ao ataque aéreo
realizado pelos Estados Unidos em Bagdad, que matou o general iraniano Qassem
Soleimani.
Num curto
comunicado ontem divulgado, António Guterres apela "aos líderes para
mostrarem o máximo de contenção" neste momento de tensão, sobretudo numa
altura em que o Irão pede vingança pelo ataque.
O comandante
da força de elite iraniana Al-Quds, o general Qassem Soleimani, morreu hoje num
ataque aéreo contra o carro em seguia depois de deixar i aeroporto
internacional de Bagdad que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No mesmo
ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares
pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização
Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.
O ataque
ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que
durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750
soldados para o Médio Oriente.
O ataque já
suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho
de Segurança das Nações Unidas -- Rússia, França, Reino Unido e China -
alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes
envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de
Segurança da ONU são os Estados Unidos.
No Irão, o
sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a
garantirem que o país e "outras nações livres da região" vão
vingar-se dos Estados Unidos.
Também o
líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do
general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia
considerou que a morte como "um ato de terrorismo internacional".
Do lado
iraquiano, o primeiro-ministro iraquiano demissionário, Adel Abdel Mahdi,
advertiu que este assassínio vai "desencadear uma guerra devastadora no
Iraque" e o grande ayatollah Ali al-Sistani, figura principal da política
iraquiana, considerou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani
"um ataque injustificado" e "uma violação flagrante à soberania
iraquiana".
Notabanca; 05.01.2020
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