domingo, 5 de janeiro de 2020

"O MUNDO NÃO PODE PERMITIR OUTRA GUERRA NO GOLFO"-Avisa Guterres
O secretário-geral da ONU reagiu à morte do general iraniano Qassem Soleimani, numa operação coordenada pelos EUA.
O secretário-geral da ONU, António Gueterres teme o aumento da violência no Médio Oriente.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou ontem que "o mundo não pode permitir outra guerra no Golfo", numa referência ao ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos em Bagdad, que matou o general iraniano Qassem Soleimani.
Num curto comunicado ontem divulgado, António Guterres apela "aos líderes para mostrarem o máximo de contenção" neste momento de tensão, sobretudo numa altura em que o Irão pede vingança pelo ataque.

O comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general Qassem Soleimani, morreu hoje num ataque aéreo contra o carro em seguia depois de deixar i aeroporto internacional de Bagdad que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas -- Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.
No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e "outras nações livres da região" vão vingar-se dos Estados Unidos.
Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como "um ato de terrorismo internacional".
Do lado iraquiano, o primeiro-ministro iraquiano demissionário, Adel Abdel Mahdi, advertiu que este assassínio vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque" e o grande ayatollah Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana, considerou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani "um ataque injustificado" e "uma violação flagrante à soberania iraquiana".
Notabanca; 05.01.2020

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