A ata de acusação de Donald Trump foi aprovada na sexta-feira (13) por uma comissão de maioria democrata do Congresso norte-americano, superando uma etapa decisiva antes de uma votação histórica no processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos.
No entanto, a maioria republicana do Senado torna praticamente impossível
uma destituição do chefe da Casa Branca.
O voto da Comissão
Judiciária da Câmara de Representantes estava previsto para quinta-feira (12),
mas democratas e republicanos se enfrentaram noite adentro, adiando o
resultado.
Os defensores de Trump
tentaram bloquear o processo por meio de emendas e, após 14 horas de debate, a
Comissão aprovou por 23 votos a favor, e 17 contra, duas acusações contra o
republicano: "abuso de poder" e "obstrução do Congresso".
"Hoje é um dia
solene e triste", disse o presidente do comitê, Jerry Nadler, depois das
votações, convocadas com surpreendente rapidez após um maratônico debate
televisionado no dia anterior e que se estendeu até quase meia-noite. Agora, a
ata segue de volta para a Câmara, que deve votar neste texto em sessão plenária
prevista para quarta-feira, de acordo com a imprensa local.
A maioria democrata na
Casa já avisou que a acusação será aprovada, mas, diante do domínio republicano
no Senado, é pouco provável que Trump seja afastado do cargo. Enquanto na
Câmara basta uma maioria simples para aprovação, no Senado é necessária uma
maioria de dois terços.
A Casa Branca considerou
a aprovação das acusações contra Trump como o "final vergonhoso" de
uma "farsa desesperada". "O presidente espera receber, no
Senado, o tratamento justo e o devido processo que a Câmara continua negando, vergonhosamente",
disse a secretária de Imprensa de Trump, Stephanie Grisham, em um comunicado.
Trump voltou a chamar o
processo contra ele de "caça às bruxas" e "fraude",
afirmando, porém, que está sendo beneficiado politicamente. "As pesquisas
estão nas nuvens", disse ele à imprensa, ao receber na Casa Branca seu
colega paraguaio, Mario Abdo.
Nas redes sociais, o
presidente também ironizou o debate sobre sua possível destituição. "Como
se alvo impeachment quando não se fez nada de errado, se cria a melhor economia
da história do nosso país (...) gera empregos, empregos, empregos?
Loucura!", disse o chefe da Casa Branca.
Os congressistas democratas afirmam que Trump reteve, por interesses
eleitorais e pessoais, ajuda militar para a Ucrânia.
Ele também é acusado de oferecer uma visita à Casa Branca ao presidente
ucraniano, Volodimir Zelenski, em troca de Kiev abrir uma investigação contra o
ex-vice-presidente Joe Biden. O democrata é um dos principais rivais democratas
do republicano para as eleições de 2020.
Os democratas também
consideram que Trump cometeu obstrução ao tentar bloquear os esforços do
Congresso de investigar as ações do presidente. Os rivais de Trump alegam que
se trata de uma violação da Constituição, a qual concede ao Legislativo um
mandato de supervisão do Poder Executivo.
Antes de Trump, dois
presidentes americanos enfrentaram um julgamento político: Andrew Johnson, em
1868, e Bill Clinton, em 1998. Mergulhado no "Watergate", o
republicano Richard Nixon renunciou, em 1974, antes da votação, evitando o impeachment.
Notabanca;
16.12.2019
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