Os participantes da COOP25, após duas noites de intensas negociações, chegaram finalmente no domingo (15) a um acordo em Madri, mas o compromisso alcançado foi mínimo e está longe de responder com firmeza à urgência climática, conforme reivindicado pelos cientistas e pela sociedade civil.
No encerramento da Conferência do Clima das Nações Unidas, a comunidade
internacional ressaltou a “necessidade urgente” de agir contra o aquecimento
global, mas fracassou em estabelecer as regras do mercado internacional de
carbono.
Esse sistema estabelece que os países que emitiram gases demais
poderão compensar essa poluição comprando créditos de CO2 daqueles que
conseguiram despejar menos gases do que previam as suas metas.
Após duas semanas de
negociações, os participantes concordaram apenas em pedir aos países que
aumentem suas metas para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito
estufa no próximo ano. A medida é essencial para tentar conter o aquecimento a
menos de +2°C.
A conferência, que negociava os termos da implementação do Acordo de Paris
sobre o Clima, que entra em vigor em 2020, deveria ter acabado na sexta-feira
(13) à noite, mas a falta de consenso arrastou as discussões até a manhã
de domingo.
O fracasso ameaçava o encontro e, durante a última noite, a jovem ativista
sueca Greta Trunberg tuitou que a COP 25 “estava se despedaçando”.
A ONU considera
necessário reduzir as emissões em 7,6% ao ano entre 2020 e 2030. A porcentagem
elevada visa compensar a alta registrada de gases lançados na atmosfera em
2019.
No atual ritmo de
emissão de gases do efeito estufa, a temperatura pode aumentar até 4 ou 5°C até
o final do século. Mesmo se os signatários do Acordo de Paris respeitassem seus
compromissos, o aquecimento global seria superior a 3°C. Todos os Estados
deverão apresentar até a COP26 de Glasgow uma versão revisada de seus
compromissos.
Até agora, cerca de 80
países se comprometeram a apresentar um aumento de suas ambições, mas eles
representam apenas cerca de 10% das emissões globais. E quase nenhum dos
maiores emissores, China, Índia ou Estados Unidos, parece querer se juntar a
este grupo.
Somente a União Europeia "endossou"
esta semana em Bruxelas o objetivo de neutralidade de carbono até 2050. Mas sem
a Polônia, muito dependente do carvão. E os europeus ainda vão levar meses para
decidir sobre um aumento de seus compromissos para 2030.
Notabanca;
16.12.3019
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