Uma missão técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou segunda-feira uma avaliação da execução orçamental e das perspectivas do desenvolvimento da economia da Guiné-Bissau em 2019, disse o chefe da equipa, Tobias Rasmussen.
A equipa do FMI, que deverá permanecer em Bissau durante uma semana, manteve segunda-feira a primeira reunião de várias consultas a efetuar com as autoridades económicas e políticas guineenses, do setor público e privado, com o primeiro-ministro, Aristides Gomes, que é também titular da pasta da Economia e Finanças.
Em curtas declarações aos jornalistas, o chefe da
missão do FMI para a Guiné-Bissau, Tobias Rasmunssen, disse que a sua equipa
vai “ter um olhar atento” às previsões orçamentais de 2019, com ênfase no que
já foi feito naquele capítulo até aqui e ainda “procurar um entendimento com o
Governo” quanto ao desenvolvimento da própria economia guineense.
Rasmunssen reafirmou a convicção que o FMI já tinha,
desde a última avaliação feita em janeiro, que apontava para uma previsão do
crescimento da economia guineense em 5% este ano.
“Não temos nada
que vá contra a previsão de 5%, por ora é isto, mas veremos”, declarou o
responsável.
Na avaliação feita em janeiro, o FMI concluiu ter
havido um decréscimo no desenvolvimento económico da Guiné-Bissau em 2018,
fruto da baixa na produção e na queda do preço do caju no mercado
internacional. O caju é principal produto agrícola e de exportação do país.
As exportações do caju caíram em cerca de 25%, o que
motivou que o crescimento do Produto Interno Bruto real tenha caído para 3,8%
em 2018 contra os cerca de 6% registados entre 2015 e 2017, dizia Tobias
Rasmunssen, no final da missão efetuada em janeiro.
Para 2019, o FMI aponta para melhorias no
desenvolvimento económico, a partir de propostas indicadas no orçamento
elaborado pelo Governo, nomeadamente consolidação de medidas de reforço da
administração fiscal, entrada em vigor de duas novas leis tributárias, cobrança
de imposto de selo sobre o transporte aéreo e ajustamento das taxas de alguns
impostos.
No entanto, a instituição financeira internacional
alertava para a necessidade de ser preservado “um ambiente propício” para
atividade do setor privado e ainda assegurar “medidas transparentes e
concorrenciais” para a campanha de comercialização da castanha do caju, para
que a retoma do crescimento económico possa ser uma realidade em 2019.
Notabanca; 07.05.2019
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