O líder do PAIGC disse em entrevista ao jornal “Financial Afrik” que o seu partido pode reconciliar os guineenses e conduzi-los em direção ao desenvolvimento económico e social.
Domingos Simões Pereira disse que não tem a menor dúvida de que o PAIGC poderá reconciliar a nação guineense.
“No
entanto, é preciso romper com os métodos do passado em que um bode expiatório
era escolhido e acreditava-se que a mudança seria para melhor. Mas mudar um
país envolve questões estruturais, planeamento estratégico e uma dinâmica”,
explicou.
Acrescenta que a história sofrida do país gerou fenómenos sociais e reflexos que tornaram ainda mais complexa a especificidade do tecido social da Guiné-Bissau, acrescentando que , por isso, é necessário levar em conta as estruturas tradicionais de poder, verticais entre grupos muçulmanos e horizontais entre os Balantas e as outras tribos. Porque, conforme ele, o colonizador soube explorar essas diferenças, para se impor.
Acrescenta que a história sofrida do país gerou fenómenos sociais e reflexos que tornaram ainda mais complexa a especificidade do tecido social da Guiné-Bissau, acrescentando que , por isso, é necessário levar em conta as estruturas tradicionais de poder, verticais entre grupos muçulmanos e horizontais entre os Balantas e as outras tribos. Porque, conforme ele, o colonizador soube explorar essas diferenças, para se impor.
Além dessas estruturas tradicionais, segundo
Domingos Simões Pereira há uma ligação dos guineenses com o exército,
salientando que os Balantas forneceram o grosso número das tropas durante a
guerra de libertação, mas não se desenvolveu mecanismos de relacionamento com o
poder.
O líder
do PAIGC refere que no período antes da independência, a Guiné-Bissau tinha
apenas 14 estudantes e um contexto de violência criado por onze anos de guerra,
explicando que nos anos 1990, a alternância política resultou numa vontade de
despolitizar o exército e desmilitarizar os partidos políticos.
Afirmou
que qualquer visão a longo prazo requer paz social e estabilidade,
acrescentando que esses são os ingredientes necessários para restaurar a
confiança entre a Guiné-Bissau e os seus parceiros e estabelecer um programa
harmonioso de desenvolvimento, afirmando que o impacto social, a inclusão e o
desenvolvimento humano são os três eixos do programa do partido que dirige.
Nesta entrevista ao jornal Financial Afrik,
Domingos Simões Pereira
sublinhou
que o seu partido partilha integralmente com as resoluções da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) acordadas em Março de 2018
para a saída da crise e que estipulam que as eleições sejam realizadas, no mais
tardar, antes do fim de 2018.
O Líder
do PAIGC foi igualmente perguntado sobre se as instabilidades políticas parecem
ser uma regra na Guiné-Bissau, disse que nem sempre foi assim, adiantando que
até o final dos anos 1970, o país era considerado uma ilha de estabilidade,
enquanto a guerra civil explodia em Angola e Moçambique.
“Mas,
como diz o ditado, do passado se tiram lições para o presente. Nós proclamamos
a nossa independência em 24 de setembro de 1973. Mas, ao se retirar, a potência
colonial lançou as sementes dos conflitos futuros”, sublinhou.
Por isso, Instado a falar em como fazer para que a
Guiné-Bissau saia dessa situação de instabilidade que parece ser crônica, o
ex-Primeiro-ministro afirma
que a Guiné-Bissau deseja uma mudança.
Disse que
a nova geração também deseja ainda mais a mudança e a prosperidade.
“O nosso
herói, Amílcar Cabral, foi um homem além de seu tempo, ao defender «Unidade e
Luta», o lema do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde)”, salientou.
Acrescentou que é forçoso dizer que, apesar das atitudes,
ainda não houve um trabalho de reconciliação na Guiné-Bissau. “Pensávamos que
todos os problemas do país seriam resolvidos com a saída dos portugueses. Mais
de quarenta anos depois, os problemas permanecem e pesam sobre a coesão
social”, disse a concluir Domingos Simões Pereira.
Notabanca;
17.12.2018
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