cimeira da CPLP TERMINA EM BISSAU COM A promoção da “Soberania Alimentar” como prioridade
Os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), adoptaram hoje, como prioridade atual e para o futuro, a
promoção da “Soberania Alimentar e a Segurança Alimentar e Nutricional”.
Segundo a “Declaração de Bissau”, lida pelo
Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das
Comunidades (MNECIC), Carlos Pinto Pereira, os Chefes de Estados e
de Governo da Comunidade se congratularam com o 29º aniversário da constituição
da CPLP, e defenderam o reforço da solidariedade e da cooperação, em prol do
desenvolvimento sócio-económico e sustentável dos seus povos.
Felicitaram Angola, Cabo Verde, Moçambique e São-Tomé
e Príncipe, pela celebração dos 50 anos de independência no corrente ano, e se
congratularam com os seus esforços na construção do Estado democrático e de
Direito, bem como pela defesa de princípios e valores da CPLP, e a
matrialização dos seus objetivos.
Na Declaração de Bissau, os Estados-membros ainda
destacaram que a promoção da soberania alimentar dos Estados-Membros e
dos Povos bem como a segurança alimentar e nutricional, agora e no futuro,
devem permanecer como prioridades na Agenda internacional e da CPLP, como forma
de garantir a promessa coletiva de justiça social, da dignidade humana e da
sustentabilidade planetária.
Congratulando-se com a ratificação por Portugal e São
Tomé e Príncipe da revisão dos Estatutos da CPLP, adotada pela XVI Reunião
Extraordinária do Conselho de Ministros (Luanda, 23 de março de 2023), apelaram à
sua célere ratificação
Congratularam-se com os avanços registados na
projeção internacional da CPLP, sublinhando a importância da sua consolidação,
através do reforço das relações com a Organização das Nações Unidas e as suas
Agências Especializadas, bem como do aprofundamento de parcerias estratégicas
com organizações regionais e sub-regionais, com vista a afirmação da CPLP como
ator relevante no panorama internacional
Expressaram a sua satisfação com o aumento de países e
organizações internacionais que manifestam interesse em associar-se à
Comunidade, através da obtenção do estatuto de Observador Associado, como
reconhecimento do papel estratégico que a CPLP desempenha como plataforma de
diálogo multilateral, intercâmbio cultural, cooperação técnica e diplomacia
económica.
Sublinharam a importância de identificar desafios
emergentes para os Estados-Membros e de reforçar a capacidade de resposta da
CPLP na prevenção de conflitos, na prestação de assistência humanitária e no
apoio à consolidação das instituições democráticas e do Estado de Direito.
Congratulam-se pelas atividades desenvolvidas em
estreita colaboração com a Organização para a Proibição das Armas Químicas
(OPAQ) com vista a reforçar as capacidades institucionais e operacionais das
Autoridades Nacionais para a Proibição das Armas Químicas nos Estados membros e
saudaram, nesse particular, o Memorando de Entendimento assinado recentemente
entre a CPLP e a OPAQ, que estabelece um quadro legal para a prossecução dessa
cooperação.
Expressaram a sua preocupação com as crescentes
tensões geopolíticas, destacaram a necessidade de fortalecer o
multilateralismo, defendendo a diplomacia, e ressaltaram a interdependência
entre segurança e desenvolvimento, bem como a necessidade de dar maior enfoque
a medidas que promovam a prevenção de conflitos e consolidação da paz.
Reiteraram a profunda preocupação com os diversos
conflitos e crises humanitárias que continuam a ameaçar a paz, a segurança e a
estabilidade internacionais, com impactos graves sobre as populações civis,
nomeadamente no que se refere ao direito à vida, à segurança alimentar,
deslocamentos forçados e destruição de infraestruturas.
Apelaram aos princípios consagrados na Carta das
Nações Unidas, nomeadamente do direito internacional, dos Direitos Humanos, da
soberania dos Estados, da integridade territorial e da autodeterminação dos
Povos, sublinhando a importância do multilateralismo, do diálogo e da
diplomacia para a prevenção de conflitos e promoção de uma paz duradoura.
Reafirmaram, ainda, as posições já expressas pela CPLP
relativamente a conflitos não resolvidos, defendendo soluções políticas
inclusivas e o reforço da solidariedade com os países e populações mais
vulneráveis.
No ano em que se celebram 25 anos de sua adoção, reiteraram a
importância da Resolução 1325 (2000) do Conselho de Segurança das Nações Unidas
e comprometeram-se a envidar esforços para a implementação da agenda
Mulheres, Paz e Segurança e para garantir a participação plena, igualitária e
significativa de mulheres em temas de paz e segurança internacional, inclusive
na prevenção e solução de conflitos, em processos de paz, bem como na
manutenção e consolidação da paz.
Congratularam-se com a realização de eleições regulares
em Estados-Membros da CPLP e com a busca do necessário aperfeiçoamento das
instituições eleitorais, imprescindíveis para a legitimidade democrática,
elemento essencial da preservação de instituições representativas, da afirmação
dos direitos humanos, bem como do reforço do Estado de direito democrático
e saudaram o envio de missão de observação eleitoral (MOE) da CPLPàs
Eleições Gerais – Presidenciais, Legislativas, Assembleias Provinciais e
Governadores de Província em Moçambique, em 2024.
Felicitarama eleição de Margarida Adamugy Talapa, de
Moçambique, como Presidente da Assembleia Parlamentar da CPLP (AP-CPLP) no
biénio 2025-2027, por ocasião da XIV Reunião Ordinária da Assembleia
Parlamentar da CPLP (Maputo, 14 e 15 de julho de 2025).
Reconhecerama importância do reforço da cooperação com
os Observadores Associados na prossecução dos objetivos da CPLP, para a
projeção internacional da Organização e para a promoção da Língua Portuguesa,
e aprovaram a concessão da categoria de Observador Associado da CPLP
à Austrália e à Associação Internacional de Segurança Social (AISS). Registaram com
interesse as candidaturas da Ucrânia e da Conferência de Haia de Direito
Internacional Privado e propuseram a conclusão da sua avaliação na
próxima Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP.
Congratularam-se com a concessão à CPLP do estatuto de Observador da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, na Reunião Anual do Conselho de Assuntos Gerais e de Política, realizada em Haia, de 4 a 7 de março de 2025, e comprometeram-se a trabalhar pela institucionalização da cooperação entre as duas organizações




























