sexta-feira, 18 de julho de 2025

DSP: "DEMOCRATAS A ABRAÇAR DITADORES E A APLAUDIR FASCISTAS"

Ao finalizar mais uma crítica à realização da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na Guiné-Bissau, argumentando com a caducidade de mandato do Presidente Umaro Sissoco Embaló, o líder do parlamento guineense, Domingos Simões Pereira, não se orgulha do evento na capital guineense.

Na sua mensagem semanal das sextas-feiras, disponível nas redes sociais, o Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) lamenta que os princípios e valores sagrados em democracia tenham desaparecido para muitos políticos.

"Tudo que conhecíamos como princípios e valores, aquilo que os nossos pais fundadores chamavam de ideologia, é substituído hoje pelo pragmatismo, que significa que tudo que enche o seu bolso e dá bom trato ao seu corpo deve ser mais importante do que aquilo que enche o seu coração e lhe dá orgulho", disse numa clara alusão à realização da cimeira da cimeira da CPLP em Bissau. Mas acrescentou, na sua observação, começando por lamentar mais uma vez.

"Infelizmente essa é a realidade. É o tal pragmatismo que leva a democratas a abraçarem ditadores. Aqueles que se proclamam de liberais e têm liberdade como os seus principais atributos batem palmas aos assumidamente fascistas. Infelizmente essa é a realidade", disse na sua comunicação de 15 minutos.

O líder do parlamento nega que tenha pedido à Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa o cancelamento da cimeira da organização lusófona em Bisaau.

"Se fosse isso que pedi, seria a demonstração do desconhecimento total da organização, da minha parte. Aliás, na primeira linha da minha intervenção, comecei por chamar a atenção de que nenhum órgão da CPLP se sobrepõe a outro. E é verdade que a Conferência dos Chefes de Estado e do Governo é o órgão máximo. Portanto, eu não poderia estar a pedir a Assembleia Parlamentar [da CPLP) que cancelasse uma reunião do nível dos Chefes de Estado e do Governo", esclareceu, alargando depois a explicação.

"O que dissemos claramente é que a Assembleia Parlamentar devia fazer um pronunciamento claro sobre a situação política vigente na Guiné-Bissau e, ao mesmo tempo, reconhecendo a sua gravidade e o facto de a cimeira ter lugar num país cujo Presidente está fora do mandato [constitucional], pedimos que a Assembleia Parlametar criasse mecanismo de acompanhamento da situação referida, para evitar o aproveitamento indivíduo da cimeira e evitar atribuir legitimidade a uma entidade que não a tem do povo guineense", concluiu sobre o equívoco.

Domingos Simões Pereira não participou presencialmente na sessão da Assembleia Parlamentar da CPLP, que teve lugar esta semana na capital moçambicana, mas mandou um texto, sobre a sua posição, que foi lido na plenária, pelo secretariado daquele órgão.

Notabanca; 18.07.2025 

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