EX-PRIMEIRA-MINISTRA CONDENADA A SEIS MESES DE PRISÃO
Ex-primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, foi
processada após a publicação nas redes sociais de uma conversas com o líder do
seu partido, a Liga Awami, que rapidamente se tornou viral.
Um tribunal do Bangladesh condenou esta quarta-feira a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina a seis meses de prisão por injúria, na sua primeira condenação desde que fugiu para a Índia em agosto.
Sheikh Hasina, que governou o Bangladesh de 2009 a
2024, foi processada após a publicação nas redes sociais de uma das suas
conversas com o líder do seu partido, a Liga Awami, Shakil Akanda Bulbul, que
rapidamente se tornou viral.
Na conversa, Hasina afirmou ter recebido autorização
para matar 227 pessoas, referindo-se ao número de queixas apresentadas contra
si nos tribunais do Bangladesh após a repressão de manifestações contra o seu
Governo no verão passado.
“A acusação acredita que os seus comentários tiveram o
efeito de assustar aqueles que apresentaram as queixas e muitas testemunhas”,
explicou o procurador Muhammad Tajul Islam após o julgamento. “Ela cumprirá a
sua pena assim que estiver presente no Bangladesh ou se entregar à justiça”,
disse Islam à imprensa.
O tribunal condenou Bulbul, atualmente em fuga, a dois
meses de prisão. A ex-chefe de Governo bengali, conhecida como a “dama de
ferro”, fugiu para a Índia em 5 de agosto de 2024 após várias semanas de
protestos.
A revolta popular, também conhecida por “Revolução de
Julho”, ocorreu entre julho e agosto de 2024 e foi desencadeada por protestos
de estudantes contra quotas de emprego discriminatórias. O movimento
intensificou-se na sequência de relatos de uma dura repressão governamental.
Segundo a ONU, pelo menos 1.400 manifestantes morreram nos confrontos com as
forças de segurança.
Os tribunais do Bangladesh emitiram vários mandados de
detenção para Sheikh Hasina, que está a ser processada por inúmeros crimes no
seu país. Até ao momento, a Índia recusou-se a executar estes mandatos de
detenção e não responde aos pedidos de extradição de Hasina solicitados pelas
autoridades bengali.
Notabanca; 03.07.2025

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