quarta-feira, 2 de julho de 2025

EX-PRIMEIRA-MINISTRA CONDENADA A SEIS MESES DE PRISÃO

Ex-primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, foi processada após a publicação nas redes sociais de uma conversas com o líder do seu partido, a Liga Awami, que rapidamente se tornou viral.

Um tribunal do Bangladesh condenou esta quarta-feira a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina a seis meses de prisão por injúria, na sua primeira condenação desde que fugiu para a Índia em agosto.

Sheikh Hasina, que governou o Bangladesh de 2009 a 2024, foi processada após a publicação nas redes sociais de uma das suas conversas com o líder do seu partido, a Liga Awami, Shakil Akanda Bulbul, que rapidamente se tornou viral.

Na conversa, Hasina afirmou ter recebido autorização para matar 227 pessoas, referindo-se ao número de queixas apresentadas contra si nos tribunais do Bangladesh após a repressão de manifestações contra o seu Governo no verão passado.

“A acusação acredita que os seus comentários tiveram o efeito de assustar aqueles que apresentaram as queixas e muitas testemunhas”, explicou o procurador Muhammad Tajul Islam após o julgamento. “Ela cumprirá a sua pena assim que estiver presente no Bangladesh ou se entregar à justiça”, disse Islam à imprensa.

O tribunal condenou Bulbul, atualmente em fuga, a dois meses de prisão. A ex-chefe de Governo bengali, conhecida como a “dama de ferro”, fugiu para a Índia em 5 de agosto de 2024 após várias semanas de protestos.

A revolta popular, também conhecida por “Revolução de Julho”, ocorreu entre julho e agosto de 2024 e foi desencadeada por protestos de estudantes contra quotas de emprego discriminatórias. O movimento intensificou-se na sequência de relatos de uma dura repressão governamental. Segundo a ONU, pelo menos 1.400 manifestantes morreram nos confrontos com as forças de segurança.

Os tribunais do Bangladesh emitiram vários mandados de detenção para Sheikh Hasina, que está a ser processada por inúmeros crimes no seu país. Até ao momento, a Índia recusou-se a executar estes mandatos de detenção e não responde aos pedidos de extradição de Hasina solicitados pelas autoridades bengali.

Notabanca; 03.07.2025 

 

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