O candidato do PAIGC às presidenciais na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, disse nesta segunda-feira, em Lisboa, que os guineenses estão preparados para virar a página e promover um Estado de Direito democrático, noticiou a Lusa.
"Eu
venho dizer que chegou a hora da Guiné-Bissau. Durante muito tempo andamos à
procura do rumo. Mas acho que hoje, mais do que nunca, o guineense está pronto
para virar a página, para dar uma oportunidade a si próprio, para promover um
Estado de Direito democrático", disse o candidato Domingos Simões Pereira,
em declarações aos jornalistas antes de iniciar, próximo da hora prevista, o
discurso para centenas de emigrantes que o esperavam no auditório da Faculdade
de Letras da Universidade de Lisboa.
Questionado
pelos jornalistas sobre se o facto de
estarem a decorrer em Lisboa, quase à mesma hora, três comícios de três
candidatos às presidenciais da Guiné-Bissau para a comunidade de emigrantes guineenses
não poder ser um factor desfavorável para todos, Domingos Simões Pereira disse
que não queria fazer nenhuma avaliação sobre isso, mas acabou por considerar
que era "uma coincidência algo despropositada".
"Cada
uma das candidaturas tem a liberdade de escolher o espaço que entende ser o
melhor, mas realmente tem sido uma coincidência já algo despropositada. Penso
que aproveitaríamos melhor a oportunidade de comunicar à comunidade se
escolhesse-mos outros momentos. Vale o que vale e a nossa comunidade saberá
interpretar", afirmou no meio de um ambiente animado com muita música, que
enchia o espaço da Faculdade de Letras,
em Lisboa.
Para um
auditório cheio, Domingos Simões Pereira prometeu "o respeito escrupuloso
pelo Estado de direito democrático", onde a "Lei tem de estar por
cima de todos".
Depois,
defendeu que "o Presidente da República tem de ser o símbolo da unidade
nacional".
"O
Presidente da República não pode ter comportamentos que se associam a grupos, a
etnias, a religiões. O Presidente da República tem de estar por cima disto tudo
e congregar esta moldura e convocar os guineenses para a manifestação e
celebração daquilo que nos une e não daquilo que nos desune", afirmou o
candidato do PAIGC.
Sobre a
importância da comunidade emigrante guineense na decisão das eleições, Domingos
Simões Pereira disse que esta "tem um voto qualitativo".
"A
diáspora guineense é uma grande reserva, uma reserva política, intelectual e
económica, e portanto este é o sentimento da maioria da população
guineense", afirmou.
Domingos
Simões Pereira considerou que o voto dos emigrantes "é um voto de
qualidade e que representa o conjunto do país."
Em
Lisboa, além do comício para a comunidade guineense em Portugal, o candidato do
PAIGC, tal como o próprio confirmou, encontrou-se também "com elementos de
vários partidos políticos portugueses, nomeadamente do Partido
Socialista".
Ali
quase ao lado, na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa,
também o candidato presidencial e actual
Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, disse que o maior
combate político do seu país é garantir que o dinheiro do Estado vá para os
cofres estatais.
"Foi
um combate sério, o combate ao tráfico de droga na Guiné-Bissau [...], mas
sobretudo, a forma como o dinheiro público não vai para os cofres do Estado é
que é o maior problema e o maior combate político na Guiné-Bissau",
afirmou José Mário Vaz, num comício a que os seus apoiantes preferiram chamar
de encontro com a comunidade guineense em Portugal.
Notabanca;
14.10.2019
Sem comentários:
Enviar um comentário