
O Fundo Monetário
Internacional (FMI) aplaudiu hoje a decisão do governo da Guiné-Bissau de
aumentar o investimento público em infraestruturas, mas ressalvou que este
exige uma "gestão cuidadosa", "planeamento e execução apropriados"
e atenção à dívida gerada.
"O aumento do
investimento [público] é bem-vindo, na medida em que poderá colmatar falhas
críticas na infraestrutura do país, mas o processo terá de ser gerido cuidadosamente.
Conseguir os efeitos de desenvolvimento pretendidos dependerá de planeamento e
execução apropriados, com a devido atenção à capacidade e aos constrangimentos
relacionados com a dívida. Vários projetos de investimento, no entanto, ainda
não estão completamente integrados no planeamento orçamental", escreveu em
comunicado a equipa do FMI que concluiu hoje uma visita à Guiné-Bissau.
A equipa liderada por Tobias
Rasmussen está em Bissau desde quarta-feira, 17 de janeiro, para avaliar a
proposta de Orçamento de Estado para 2018, analisar as implicações fiscais e
para a dívida relacionadas com a intenção do Governo de aumentar o investimento
em infraestruturas e para discutir a evolução da situação no setor bancário.
Rasmussen considerou, numa nota
escrita, que "a atividade económica continua dinâmica, suportada por uma
gestão fiscal eficaz. A inflação permaneceu baixa, a receita fiscal está a
crescer de forma robusta, e o crescimento do PIB real continua perto do ritmo
de 2017, cerca de 5,5%". Por outro lado, o investimento público e privado
está a crescer, o que constitui um novo ímpeto para o crescimento.
Quanto ao orçamento para 2018, o FMI
considera que a versão aprovada em conselho de Ministros "reflete os
esforços das autoridades para melhorar a mobilização de receitas e criar uma
almofada fiscal para despesa prioritária, em linha com os objetivos do programa
apoiado pelo FMI".
"Com o défice global [inscrito
no Orçamento] contido abaixo dos 3% do PIB, a receita maior deverá permitir um
aumento da despesa de 3 pontos percentuais do PIB, sobretudo em investimento de
infraestrutura", explicou Rasmussen.
Sobre a situação no setor bancário,
o FMI reafirma que a Guiné-Bissau precisa de garantir a vigilância sobre as
entidades financeiras, por forma a "assegurar um setor financeiro saudável
que sustente o crescimento económico sustentado".
"Isto inclui supervisão
bancária eficaz e monitorização das normas prudenciais", escreve o FMI,
sem dar mais pormenores sobre os bancos que mais precisam de atenção.
A equipa do FMI regressa a Bissau em
março, "para iniciar discussões com as autoridades" acerca da quinta
revisão do programa.
Notabanca; 24.01.2018
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