Lançada sábado em Banjul uma campanha internacional
para o julgamento por crimes de sangue e crimes económicos, cometidos pelo
antigo Presidente da Gâmbia Yahya Jammeh refugiado na Guiné Equatorial desde
Janeiro de 2017.
Reed Brody advogado da Human
Rights Watch - HRW - ong
de defesa de direitos humanos que integra esta campanha, acredita que à luz do
que sucedeu com o antigo ditador chadiano Hissène Habré, condenado a prisão perpétua em Dakar, o julgamento
de Yahya Jammeh é possível, mas será difícil.
A Guiné
Equatorial é membro de pleno direito da CPLP
e Reed Brody acredita que a pressão regional, internacional e "dos
países mais democráticos de língua portuguesa, poderá ajudar" a
criar um tal consenso em torno da necessidade do seu julgamento, que obrigaria
o Presidente Teodoro Obiang a extraditar Yahya Jammeh, porque negá-lo teria
"um custo político elevado".
Jammeh
poderia ser julgado num tribunal da CEDEAO ou de um país anglófono, mas com
apoio e participação da União Africana, tal como sucedeu com Hissène Habré,
pois admite que a Gâmbia não tem para já capacidade para fazê-lo.
A HRW que
foi uma das grandes impulsionadoras da acção colectiva que resultou no
julgamento em Dakar de Hissène Habré, recolheu testemunhos de vítimas do seu
regime e agora do de Yahya Jammeh, acredita que estes têm "mais peso e
não têm leituras geo-políticas".
Na campanha
para julgar Yahya Jammeh, além da HRW participam a ong suiça Trial
Internacional e associações de vítimas gambianas, mas também senegalesas e
ganesas.
Neste
momento na Gâmbia, uma comissão de inquérito está a ouvir as vítimas, cujos
testemunhos são difundidos na televisão e redes sociais.
Notabanca;
24.10.2017
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