GRUPO REBELFE HAMAS MATA MAIS DE TRÊS CENTENAS DE PESSOAS
Mais de 350 pessoas morreram esta terça-feira devido a
ataques do exército israelita contra a Faixa de Gaza, disse o Ministério da
Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
Num anterior balanço, fontes do Governo do enclave, citadas por meios de comunicação da Palestina, apontavam para pelo menos 205 mortes.
Um responsável do ministério, Mohammed Zaqout, disse à
agência de notícias France–Presse que foram registadas centenas de mortes
"a maioria crianças e mulheres palestinianas, e centenas de feridos,
dezenas dos quais estão em estado crítico".
Dezenas de pessoas foram mortas em ataques na cidade
de Khan Yunis, incluindo membros de duas famílias que estavam nas suas casas
quando foram bombardeadas pelo exército israelita.
Além dos ataques aéreos, foram também registados
disparos de tanques na mesma cidade, no sul da Faixa de Gaza, indica a mesma
fonte.
Outras áreas visadas pelas tropas israelitas incluem o
sul e o leste de Rafah, referiu a Sanad, bem como a Cidade de Gaza, a norte.
As vítimas dos ataques estão a chegar ao Hospital Al
Shifa (norte) e aos hospitais Nasser e Europeu (sul), de acordo com imagens
distribuídas pelos meios de comunicação palestinianos.
Relatos dos meios de comunicação palestinianos
mencionam o vice-diretor do Ministério do Interior do Hamas, Mahmoud Abu Watfa,
como uma das vítimas mortais.
Israel não terá deixado entrar ajuda médica em Gaza
Mohammed Zaqout acusa Israel de não permitir a entrada
de equipamentos médicos no enclave, mesmo durante o cessar-fogo.
"Destruíram mais de 22 hospitais e apenas menos
de sete hospitais estão a funcionar parcialmente", denunciou.
Israel vai continuar a atacar até que todos os reféns
sejam libertados
Após os ataques, o ministro da Defesa de Israel
anunciou que o país "retomou os combates" na Faixa de Gaza até que
todos os reféns ainda retidos pelo Hamas sejam libertados.
Num comunicado, o ministro Israel Katz disse que
"as portas do inferno se abrirão em Gaza" se os reféns não forem
libertados.
"Não pararemos de lutar até que todos os nossos
reféns estejam em casa e tenhamos alcançado todos os objetivos da guerra",
acrescentou.
O embaixador de Israel na ONU diz que o país não terá
"misericórdia para com os inimigos" e reforçou as palavras do
ministro da Defesa.
"Israel não vai parar até que todos os reféns
regressem a casa", disse Danny Danon.
O Hamas avisou que os novos ataques violam o cessar-fogo e colocam em risco o destino dos reféns.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que
ordenou os ataques devido à falta de progressos nas negociações em curso para
prolongar o cessar-fogo.
"Isto aconteceu depois de o Hamas se ter recusado
repetidamente a libertar os nossos reféns e ter rejeitado todas as ofertas que
recebeu do enviado presidencial dos EUA, Steve Witkoff, e dos mediadores",
afirmou o gabinete de Netanyahu.
"Atualmente, as IDF [sigla em inglês das Forças
de Defesa de Israel] estão a atacar alvos da organização terrorista Hamas em
toda a Faixa de Gaza para atingir os objetivos da guerra, tal como determinado
pela liderança política, incluindo a libertação de todos os nossos reféns,
vivos e mortos", referiu o comunicado.
Depois do início dos ataques, a proteção civil de
Israel anunciou o encerramento de escolas em zonas que fazem fronteira com a
Faixa de Gaza.
"Após uma avaliação da situação [...] não será
permitida qualquer atividade educativa" nesta área até novo aviso, de
acordo com instruções divulgadas pelo exército israelita.
Notabanca; 18.03.2025
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