TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO EM BISSAU VEM COM MATEMÁTICA DE SUBTRAÇÃO
A matemática de adição sobre a tentativa de golpe de estado de 01 de fevereiro em Bissau, transformou-se hoje, em matemática de subtração. Colocando em liberdade cinco militares suspeitos na subversão da ordem constitucional.Trata-se de Pedro Gomes de FISCAP, Ndok Ndafá e Maurício Félix ambos de unidades combativas (quarteis do interior do país), Geraldo Paulo Nhassé de base aérea e Pedro Badje da Marinha.
Os suspeitos foram postos hoje em liberdade na sequência do julgamento em curso na cidade de Bissau.
De acordo com fontes judiciais, os cinco militares foram postos em liberdade por ordens do tribunal 'ad-hoc' que está a julgar 25 dos cerca de 50 militares detidos acusados pelas autoridades civis e militares de envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
O julgamento deste caso, conhecido como 01 de fevereiro, tem sido marcado por várias polémicas com a defesa dos detidos a levantar dúvidas, nomeadamente sobre a lisura do processo.
Por diversas vezes o julgamento, que decorre na Base Aérea de Bissalanca, quartel da Força Aérea guineense, foi iniciado e interrompido com a defesa dos detidos a acusar os juízes de os ameaças e tentativas de intimidação. O julgamento foi retomado no início de outubro, depois de interrompido no mês junho passado, mediante a interposição de um recurso hierárquico da defesa.
BUBO NA TCHUTO ENTRE OS DETIDOS
O advogado Marcelino Intupe, da equipa da defesa dos detidos, defendeu que o julgamento ocorreu "sem que se respeitassem as alegações apresentadas pela defesa". Intupe referiu que a única intenção deste julgamento é a condenação dos detidos, entre os quais figura o ex-chefe da Armada guineense, vice-almirante Bubo Na Tchuto.
No meio deste processo, o Tribunal Militar Superior ordenou, no dia 24 de julho, a libertação imediata de todos os detidos do caso 01 de fevereiro, propondo na altura aplicação de medidas de coação aos que foram indiciados e libertação daqueles que não têm culpa formulada pelo Ministério Público civil. Entretanto, a ordem não foi respeitada.
O Estado-Maior General das Forças Armadas deteve, durante duas semanas, os três juízes do Tribunal Militar Superior que proferiram o acórdão a ordenar a libertação dos detidos do caso 01 de fevereiro.
De
acordo com a Lusa, o advogado Marcelino Intupe não estranha que na
Guiné-Bissau "um tribunal superior emita uma ordem e que um tribunal
inferior se recuse a cumprir".
Notícia em atualização.
Notabanca; 17.10.2024
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