SISSOCO EMBALÓ DIZ NÃO TER INTERESSE NA RTP PORQUE NÃO GOSTAM DELE E BOTCHE CANDÉ PEDE DESCULPAS AO REPÓRTER DA LUSA
O ministro do Interior e da Ordem Pública, Botché Candé pediu hoje desculpas ao repórter de imagem da Agência de Notícias de Portugal (Lusa), Júlio de Oliveira que no domingo foi vítima de violência policial , no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau quando filmava as manifestações dos militantes do PAIGC que foram receber o seu líder, Domingos Simões Pereira.“Em nome do Ministério do Interior e da Ordem Pública peço desculpas ao repórter da Lusa pelo ocorrido no domingo”,disse Botché Candé.
O pedido de desculpas foi feito na sequência de uma orientação dada pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló ao ministro Botche no decurso de uma visita que o chefe de Estado guineense efetuava ao Ministério do Interior e da Ordem Pública.
“Fui informado pela minha assessora de que um repórter da Lusa, que qualificou de uma pessoa muito educado, foi agredido pela polícia e de imediato mandei telefonar-lhe e na conversa que mantivemos reconheci que realmente se trata de uma pessoa educada”, disse Úmaro Sissoco Embaló, ao intervir durante a visita ao Ministério do Interior e da Ordem Pública.
O Presidente da República frisou que existem as vezes erros que são cometidas por forças de segurança, fora das orientações tanto do ministro do Interior, ou do Comissário Geral da Polícia de Ordem Pública, mas que devem ser considerados “casos isolados”.
“Mandei pedir desculpas ao repórter da Lusa, como guineense que é, porque ele não é português”, sublinhou Umaro Sissoco Embaló.
Adiantou que, ele não liga interesse mesmo nos conteúdos da Rádio Televisão Portuguesa (RTP), porque não gostam dele e critica que esta estação passa o seu tempo a organizar debates envolvendo pessoas para o insultar .
Embaló disse que o papel da policia não é para bater nos cidadãos, contudo afirma que, se as suas autoridades estão sendo posta em causa devem agir mediante a lei.
“Mesmo vocês jornalistas, se são alvos de agressões recorrem aos polícias para a vossa proteção”, vincou o Chefe de Estado.
O PR criticou que as acuações de jornalistas guineenses não são aceites nem em Angola, Portugal ou outros países. “Em Portugal se um jornalista insultar um detentor de cargo público, imediatamente é julgado e condenado”, disse Uamaro Sissoco Embaló.
Júlio de Oliveira disse ao DW-África que foi agredido pelas forças de defesa e segurança no aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, no domingo (15), enquanto cobria a chegada a Bissau do presidente do Parlamento e líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Segundo as informações da DW, citando as testemunhas e o próprio jornalista, um dos agentes desferiu-lhe um murro nas costas e além da agressão, o repórter foi obrigado a apagar as imagens captadas durante o evento.
"Houve exagero. Peço ao ministro do Interior que
peça desculpa ao Júlio, que é um cidadão guineense e não português",
observou hoje Umaro Sissoco Embaló, salientando que a sua comunicação no
Ministério do Interior é uma chamada de atenção construtiva pelas queixas que
tem recebido da atuação das forças da ordem.
"[O] papel da polícia é dar segurança a todos os cidadãos. Infelizmente
isso não está a ser observado. Muita coisa é atribuída ao Presidente, quando
assim não é. O Presidente não pode saber de tudo", destacou Sissoco
Embalo.
O chefe de Estado guineense frisou que não é papel da polícia agredir, mas
manter a ordem no país.
Segunda-feira,
o Ministério dos Negócios Estrangeiros português lamentou o incidente com o
repórter da Lusa na Guiné-Bissau, no domingo, e disse ter tomado "boa nota
das diligências efetuadas" e do pedido de desculpas do Presidente
guineense ao jornalista.
Em resposta a questões enviadas pela Lusa, o ministério liderado por Paulo
Rangel afirmou que "Portugal lamenta este incidente, apresentou a sua
posição às autoridades da Guiné-Bissau e toma boa nota das diligências
efetuadas, que produziram já resultados, desde logo o facto de o Presidente da
República da Guiné-Bissau ter telefonado ao repórter de imagem a pedir desculpa
pelo que aconteceu".
Notabanca; 18.09.2024
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