quarta-feira, 25 de setembro de 2024

PRESIDENTE GUINEENSE DISCURSA NA ONU E PEDE REFORMA NA ORGANIZAÇÃO

- O Presidente guineense assegurou o seu empenho "na promoção do diálogo da reconciliação nacional, da consolidação da democracia e do Estado de direito".

- Embaló chegou ao poder em 2020, dissolveu o parlamento em dezembro de 2023, menos de seis meses após as legislativas (a lei fala da dissolução depois de 1 ano), alegando a existência de uma grave crise institucional, uma medida contestada por vários setores guineenses, com o argumento de que a Constituição não admite a dissolução do parlamento eleito antes de completados 12 meses de exercício.

- "Declarámos a guerra à corrupção e ao crime organizado. Conseguimos restaurar a confiança nas nossas relações com as instituições financeiras internacionais e outros parceiros", afiançou o Presidente, salientando ainda que a "prática de prestação de contas tem permitido uma maior transparência na gestão económica e financeira do Estado".

- Por fim, Embaló garantiu que a Guiné-Bissau está a promover uma política de resolução de conflitos e de consolidação da paz, em África, mas também a nível mundial, uma posição que se traduziu, lembrou, em recentes viagens à Rússia, Ucrânia, Israel e Palestina.

- Aproveitou para fazer um pedido, perante os chefes de Estado e de Governo de todo o mundo: "Apelo para se pôr fim ao embargo injusto e muito prejudicial que o povo irmão de Cuba está submetido há décadas".

O Presidente da República disse que continua apelar para a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que deve ter em conta os interesses da África, nos termos do Consenso de Ezulwini e da Declaração de Sirte dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana.

Umaro Sissoco Embalo que discursava hoje, na 79ª Asssembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque,  disse que oito décadas depois da fundação da ONU em 1945, vivemos hoje num contexto mundial totalmente diferente.

“Reformar a arquitetura financeira internacional é fundamental, para promover uma maior inclusão nomeadamente da África, tendo em conta o papel e a contribuição do continente africano na economia mundial.Neste contexto, saudamos a realização da Cimeira do Futuro”, salientou.

O Presidente da República disse esperar que o “Pacto para o Futuro” possa impulsionar esforços coletivos, com vista a alcançar as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a “Agenda 2063: A África que Queremos” da União Africana.

“Como membro do Grupo de Trabalho Global sobre a Proteção Social para Nutrição, Capital Humano e Desenvolvimento Económico Local do Grupo dos Sete Mais (G7+) vamos trabalhar juntos com outros distintos membros do Grupo, com vista, a erradicação da fome e a realização progressiva de todos os outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, sublinhou Umaro Sissoco Embalo.

O chefe de Estado frisou que na Guiné-Bissau estão empenhados na promoção do diálogo, da reconciliação nacional, da consolidação da democracia e do Estado de Direito, bem como no desenvolvimento sustentável do pais. Apesar do impacto negativo da difícil situação económica e financeira mundial, a economia guineense continua a crescer como resultado de políticas públicas acertadas.

Adiantou que a prática de prestação de contas tem garantido uma maior transparência na gestão económica e financeira do Estado.

“Adotamos medidas que, sendo difíceis, revelaram ser necessárias para impulsionar o sector privado e criar bases mais sólidas para uma economia dinâmica e inclusiva”, disse.

Declarou que, estão a promover uma maior participação das mulheres e dos jovens empreendedores. Estamos a investir na construção e melhoramento de infra_estruturas básicas, rodoviárias e outras.

“Declaramos guerra à corrupção e ao crime organizado. Conseguimos restaurar a confiança nas nossas relações com instituições financeiras internacionais e com outros parceiros bilaterais e multilaterais”, salientou.

Embalo afirmou que continuam  a apostar no reforço das relações de amizade e cooperação que a Guiné-Bissau mantém no mundo, frisando que, por isso prosseguem uma política de consolidação da paz e da resolução pacífica de conflitos, na África Ocidental, no continente africano, e em geral no mundo.


“È neste quadro que se inseriu as visitas de amizade e trabalho que, nos últimos meses, efectuei a Rússia, a Ucrânia, a Israel e a Palestina. Nesse contexto, reitero o meu apelo para se pôr fim ao embargo injusto e muito prejudicial a que o povo irmão de Cuba está submetido há décadas”, disse.

O Presidente da República sublinhou que recentemente, tive a honra de servir a África como Presidente da Aliança de Líderes Africanos Contra Malária.

“Registamos progressos significativos num contexto mundial muito difícil. Apostamos na mobilização de apoios para a reposição do Fundo Global. Trabalhamos com o sector privado para promover a produção de medicamentos, vacinas e redes contra a malária”, disse.

O chefe de Estado adiantou que encoraja a transferência de tecnologias para empresas africanas. Lançamos Conselhos de Fundos para Acabar com a Malária e apoiamos movimento de jovens contra a malária..

“Apesar dos progressos que foram alcançados, os desafios persistem. Nos próximos três anos, a ALMA vai registar um déficit de 1,5 mil milhões de dólares. O aquecimento global e as precipitações associadas as alterações climáticas estão a expandir o alcance geográfico dos mosquitos, e, assim a expor à ameaça da Malária mais 170 milhões de pessoas no continente africano”, revelou Umaro Sissoco Embalo.

O Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU começou terça-feira (24) na Sede das Nações Unidas em Nova York. Presidentes, chefes governamentais e representantes de alto nível de vários países vão apresentar o posicionamento e as soluções de cada país sobre questões de interesse comum, tais como agravamento dos conflitos geopolíticos, promoção do desenvolvimento sustentável e resposta a crises globais.

Notabanca; 25.09.2024

Sem comentários:

Enviar um comentário