quinta-feira, 19 de setembro de 2024

DOZE MORTOS INCLUINDO DUAS CRIANÇAS E VARIOS FERIDOS GRAVES NUMA EXPLOSÃO DE PAGERS

serviços secretos israelitas armadilharam os pagers utilizados por membros do Hezbollah, tendo-os detonado causando inúmeras vítimas civis. Uma desconhecida marca húngara que continua incontactável tê-los-á produzido.

Operações de emergência no Líbano depois dos rebentamentos.

Operações de emergência no Líbano depois dos rebentamentos. Foto de WAEL

Pelo menos doze pessoas foram assassinadas, incluindo duas crianças, e perto de três mil outras ficaram feridas, 300 em estado grave, depois de um número não identificado de pagers terem explodido no Líbano. A agência de espionagem israelita Mossad terá colocado explosivos em pagers pertencentes a membros do Hezbollah, provocando agora a sua explosão. Segundos antes de causar os rebentamentos foi enviada uma mensagem como se tivesse vindo da direção do partido para aumentar o número de pessoas que estariam próximas destes dispositivos.

O Hezbollah tinha deixado de usar telemóveis em fevereiro por razões de segurança já que estes são facilmente localizáveis, tendo encomendado pagers. Contudo, o seu apelo a esta mudança foi público.

Alguns dos pagers agora utilizados como armas pelo exército sionista, mas que não rebentaram, foram identificados como sendo da marca Gold Apollo, de Taiwan. Mas esta nega e remete o fabrico para uma marca húngara, a BAC Consulting, que estará a fabricar estes modelos, nomeadamente o AP924, usando o nome licenciado pela marca taiwanesa. Jornais como o New York Times

não conseguiram contactar esta última firma através dos contactos que tem disponíveis. A Reuters, por sua vez, deslocou-se à morada indicada, num subúrbio de Budapeste, onde o nome da empresa estava fixado numa porta de vidro numa folha A4. Um morador disse que a empresa estava ali registada mas não tinha presença física no local. A CEO da empresa, Cristiana Barsony-Arcidiacono, não respondeu a quaisquer contactos. Esta tem várias atividades económicas registadas, desde a publicação de jogos de computador até à consultoria informática e extração de petróleo.

Os pagers caíram em desuso no início do século com o desenvolvimento dos telemóveis. Ao contrário dos telemóveis, a maior parte deles não emite sinais, não sendo assim localizáveis, e só servem para receber informação, através de radiofrequências, geralmente uma mensagem curta de texto a dizer para ligar para um número ou dirigir-se a uma localização.

O Hezbollah reagiu em comunicado dizendo que “a resistência continuará hoje, como qualquer outro dia, as suas operações para apoiar Gaza, o seu povo e a sua resistência, o que é um caminho separado do castigo duro que o inimigo criminoso deve esperar em resposta ao massacre de terça-feira”.

Outras reações de condenação do ataque se somaram, incluindo a do responsável pela diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, que sublinhou os “danos colaterais pesados, indiscriminados entre civis”. Para ele, a situação é “extremamente preocupante”, condenando “estes ataques que ameaçam a segurança e a estabilidade do Líbano e aumentam o risco de escalada na região”.

Do Líbano chega a informação de que o país apresentará queixa no Conselho de Segurança da ONU, considerando o ministro da Informação do país, Ziad Makary, tratar-se de um ataque à sua soberania que se dirigiu a civis.

O tradicional aliado do Hezbollah, o Irão, descreve, através das declarações do porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanaani, o sucedido como “uma operação terrorista” que viola “todos os princípios morais e humanos, a lei internacional, nomeadamente a lei humanitária”, exigindo acusação criminal pelo sucedido e punição. O embaixador iraniano no Líbano, Mojtaba Amani, foi um dos feridos

Notabanca, 20.09.202

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