segunda-feira, 12 de agosto de 2024

PAIGC PROMOVE “SESSÃO DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO POLÍTICO-IDEOLÓGICO” PARA DIRIGENTES DO PARTIDO EM LISBOA PORTO BRAGA AVEIRO E COIMBRA

O PAIGC não para. O Secretário Nacional do PAIGC, António Patrocínio Barbosa da Silva presidiu, na tarde de sexta-feira, 09 de agosto de 2024, a cerimónia da abertura da “Sessão de Formação e Capacitação Politico-ideológico para os Dirigentes das Estruturas do Partido na diáspora, sobretudo, no setor Portugal (Lisboa, Porto, Braga, Aveiro e Coimbra).

Na ocasião, o Secretário Nacional do PAIGC diz que “os valores do PAIGC não vão morrer em circunstâncias algumas e ninguém pode apagar a história do PAIGC”.

O objetivo do evento visa “associar capacidade intelectual com instrução política-ideológica dos dirigentes, conhecer instrumentos políticos/jurídicos e funcionamento das estruturas do PAIGC e, orientar dirigentes do partido a fazerem sobrelevar a substância da matriz política originária do PAIGC e os princípios e valores que o Partido defende.”

António Patrocínio, disse ainda acreditar na capacidade dos formandos em adaptarem-se e responderem às exigências do partido para próximos desafios políticos. Afirmando que o partido tem acompanhado de perto e reconhece o excelente trabalho que a diáspora vem realizando, focado nos resultados conseguidos nas últimas eleições com atividades políticas e sociais organizadas em diferentes países.

No final da sua intervenção, Patrocínio Barbosa da Silva, agradeceu a todos que estiveram envolvidos e, pediu aos seus camaradas formandos humildade, foco e preparação para que possam ser futuros e melhores arquitetos políticos que vão trabalhar para ganhar eleições presidenciais e levar o líder da Coligação Pai Terra Ranka, Domingos Simões Pereira ao Palácio da República.

Durante os três dias, os participantes abordaram temas “Deveres e Direitos dos Militantes à luz de Instrumentos Jurídicos do Partido Comunicador: Muniro Conté, Tema 2: Liderança e Comunicação Política Comunicador: Iaia Maria Turé Tema 3: Organização e Funcionamento das Estruturas do Partido Comunicador: Antônio Patrocínio Barbosa da Silva tendo como moderadores; Abdú Sambú e Fidélis Quintino Gomes.

Sublinhar que, Além de dirigentes das estruturas do partido, também participaram na formação o Deputado Vitalício e Coordenador da Diáspora, Iafai Sani e Rui Ribeiro, respetivamente.

 AINDA;

O vice-presidente do PAIGC, Califa Seide, admitiu à Lusa que o partido falhou a Amílcar Cabral por não ter conseguido concretizar o sonho do fundador, mas assegurou estar a recuperar a orientação do líder histórico da Guiné-Bissau.

Na entrevista a propósito do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, Califa Seide considerou que se os seus ideais tivessem vingado, a Guiné-Bissau seria diferente, e reconheceu que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde  (PAIGC) está entre os que falharam.


Falhou muito”, afirmou o vice-presidente que foi aluno da escola-piloto de Cabral e que ouviu na primeira pessoa o líder da luta pela libertação da Guiné-Bissau do colonizador português.

Cabral tinha um plano para a nova nação que não teve tempo de concretizar, nem de assistir à independência da Guiné-Bissau, declarada alguns meses depois de morrer assassinado, na noite de 20 de janeiro de 1973.

Foi o PAIGC que conduziu todo o processo de independência como partido único, libertador, mas teve muitas falhas, teve muitos sucessos, sobretudo em termos de formação de quadros, organização do Estado, mas em termo de políticas públicas falhou muito”, declarou o vice-presidente.

Califa Seide reconheceu que isso “contribuiu para que os ideais de Amílcar Cabral não fossem aplicados convenientemente”.

Houve muito, não diria desinteresse, mas algumas pessoas que estavam à frente do partido não tinham essa perceção de como havia todo um trabalho feito por Amílcar Cabral com base no qual podiam perfeitamente trabalhar e sem grandes dificuldades”, considerou.

A Guiné de Amílcar é, para Califa Seide, “mais do que evidente que não se concretizou”, a começar “pelo seu maior sonho que era da unidade entre a Guiné e Cabo Verde”.

Como recordou, ao fundar o PAIGC ele definiu três grandes objetivos que eram a libertação da Guiné e Cabo Verde do jugo colonial, a democratização que permitisse a participação das populações na definição e orientação do seu próprio destino e a criação de riqueza e bem-estar para que pudessem sair da situação de pobreza em que se encontravam.

Até hoje não se alcançou”, constatou, referindo que “basta olhar para a situação do país”, onde “60% da população vive numa pobreza que muita gente não calcula e 30 a 40% vive numa extrema pobreza mesmo”.

Daí que ninguém se pode orgulhar disso”, afirmou.

Para o dirigente do PAIGC, nos últimos anos, “sobretudo com a nova liderança de Domingos Simões Pereira”, o partido está “a conseguir aos poucos sair da situação de desvio do ponto de vista ideológico, dos princípios de orientação, para tornar ao eixo”.

Agora, de facto, podemos dizer que o partido está aos poucos a retomar a sua linha ideológica, aquele projeto político que Amílcar Cabral estava a desenhar”, reiterou.

Califa Seide concretizou que o plano estratégico operacional Terra Ranka foi elaborado “com base nesse programa maior para fazer voltar aquela que foi a base da libertação nacional, mas também para uma fase pós-independência que se deveria fazer”.

O referido plano é o programa da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI)- Terra Ranka que ganhou as eleições legislativas de 2023 com maioria absoluta e que foi afastada do Governo, quatro meses depois de tomar posse, e substituída por um executivo de iniciativa presidencial, com a dissolução do parlamento pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

Por não terem decorrido os 12 meses desde as eleições previstos na Constituição, o PAIGC tem reclamado que a medida é inconstitucional, mas o chefe de Estado marcou novas legislativas para novembro deste ano.

O vice-presidente do partido está convencido de que, se deixarem o PAIGC concretizar este programa, a Guiné-Bissau irá mudar.

O povo aprova o programa nas eleições, mas há pessoas que nos dizem não, vocês não podem governar. É isso que é antidemocrático, o eleitorado votou em nós, mas não nos deixam governar”, enfatizou.

Notabanca; 12.08.2024

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