sexta-feira, 2 de agosto de 2024

AMERICA REJEITA RESULTADOS DE NICOLAS MADURA E CONFIRMA VITÓRIA DE EDMUNDO GONZÁLEZ

O Governo dos Estados Unidos reconheceu nesta quinta-feira, 1, o candidato da oposição venezuelana Edmundo González como o vencedor das eleições presidenciais do país sul-americano, desacreditando os resultados anunciados pelas autoridades eleitorais que declararam o Presidente Nicolás Maduro como vencedor.

“Dadas as provas esmagadoras, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que Edmundo González Urrutia obteve o maior número de votos nas eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela”, diz o secretário de Estado em comunicado.



Antony Blinken acrescenta que os Estados Unidos felicitam Edmundo González Urrutia pelo sucesso da sua campanha.

"Agora é o momento de as partes venezuelanas iniciarem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano. Apoiamos plenamente o processo de restabelecimento das normas democráticas na Venezuela e estamos prontos a considerar formas de o reforçar em conjunto com os nossos parceiros internacionais", destaca o chefe da diplomacia americana.

A nota lembra que a oposição democrática publicou mais de 80 por cento das atas recebidas diretamente das assembleias de voto em toda a Venezuela, que "indicam que Edmundo González Urrutia recebeu o maior número de votos nesta eleição por uma margem intransponível".

Blinken acrescenta que "observadores independentes corroboraram estes factos, e este resultado foi também apoiado pelas sondagens à boca das urnas e pelas contagens rápidas no dia das eleições".

"Nos dias que se seguiram às eleições, consultámos amplamente parceiros e aliados em todo o mundo e, embora os países tenham adoptado abordagens diferentes na resposta, nenhum concluiu que Nicolás Maduro recebeu o maior número de votos nestas eleições", assegura o secretário dos Estados Unidos.

O comunicado reitera que Washington rejeita as alegações infundadas de Maduro contra os líderes da oposição.

"As ameaças de Maduro e dos seus representantes de prender líderes da oposição, incluindo Edmundo González e María Corina Machado, são uma tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder. A segurança dos dirigentes e dos membros da oposição democrática deve ser protegida", continua a nota divulgada pelo secretário de Estado que pede que "todos os venezuelanos detidos enquanto exerciam pacificamente o seu direito de participar no processo eleitoral ou exigem transparência no apuramento e anúncio dos resultados devem ser libertados imediatamente".

Para os Estados Unidos, "as forças policiais e de segurança não devem tornar-se um instrumento de violência política utilizado contra os cidadãos que exercem os seus direitos democráticos".

Nas primeiras da segunda-feira, 29, Conselho Nacional Eleitoral declarou Nicolás Maduro o vencedor das eleições de domingo, mas o principal adversário do Presidente, Edmundo González, e a líder da oposição Maria Corina Machado disseram ter obtido mais de dois terços dos avisos que cada urna eletrónica imprimiu após o fecho das urnas.

Desde então, as ruas de Caracas têm sido alvo de grandes protestos contra os resultados oficiais e o Presidente, e quase mil pessoas foram mortes.

Maduro pediu ao procurador-geral da República que ordene a prisão de González e Corina, e o mandado foi emitido pelo Ministério Público.

Num artigo publicado hoje no Wall Street Journal, Maria Corina Machado Machado voltou a afirmar que pode provar que o Presidente foi derrotado pelo opositor Edmundo González e que ela se encontra escondida com medo de ser presa.

“Ele perdeu de forma esmagadora para Edmundo González , 67% a 30%. Sei que isso é verdade porque posso provar. Tenho recibos obtidos diretamente de mais de 80% das seções eleitorais do país”, escreve Machado no artigo.

“Escrevo isso escondido, temendo pela minha vida, pela minha liberdade e pela dos meus compatriotas da ditadura liderada por Nicolás Maduro", revelou a líder da oposição que concluiu dizendo que "agora cabe à comunidade internacional decidir se tolera ou não um Governo demonstravelmente ilegítimo”.

O anúncio do Governo norte-americano surgiu no meio de esforços diplomáticos para persuadir Maduro a divulgar a contagem dos votos das eleições e dos crescentes apelos para uma revisão independente dos resultados, segundo responsáveis do Brasil e do México.

As autoridades governamentais do Brasil, Colômbia e México têm comunicado com o Governo de Maduro para o persuadir a mostrar os registos de votos das eleições de domingo e permitir uma verificação imparcial, disse um funcionário do Governo brasileiro à Associated Press na quinta-feira.

As autoridades disseram ao Governo da Venezuela que mostrar os dados é a única forma de dissipar qualquer dúvida sobre os resultados, acrescentou a fonte brasileira, que pediu para não ser identificada por não estar autorizada a falar publicamente sobre os esforços diplomáticos.

A imprensa brasileira diz que Maduro pediu para falar com Lula, o que deve acontecer nesta quinta-feira, 2.

BRASIL COLÔMBIA E MÉXICO PEDEM VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS NA VENEZUELA

O Brasil,a Colômbia e o México pediram, quinta-feira,  em comunicado conjunto, uma “verificação imparcial dos resultados” das contestadas eleições presidenciais na Venezuela.

Os três países instam as autoridades eleitorais venezuelanas a publicar, o mais rapidamente possível, os resultados detalhados da votação de 28 de Julho por assembleia de voto.

“O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado através da verificação imparcial dos resultados”, lê-se no comunicado assinado pelo Brasil, Colômbia e México.

O secretário de Estado americano falou nesta quinta-feira de provas indiscutíveis” de uma vitória do candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, nas eleições presidenciais.

Antony Blinken lembrou que "a rápida" declaração do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deu a vitória a Maduro no domingo, "veio sem qualquer evidência que a apoie" e sem que tenha, até agora, "publicado dados desagregados e nenhuma ata", apesar dos apelos internacionais para que o faça.

O Presidente da Venezuela já respondeu a Antony Blinken, aconselhando os Estados Unidos a "tirarem o nariz" do país, lembrando que o povo é soberano.

"Os Estados Unidos deviam tirar o nariz da Venezuela porque é o povo soberano que governa na Venezuela, que põe, que escolhe, que diz, que decide", afirmou Nicolás Maduro.

Nesta sexta-feira, 2 de Agosto, o Presidente venezuelano anunciou que 1.200 pessoas foram detidas nos protestos pós-eleitorais e que outras 1.000 estão a ser procuradas por destruírem 300 esquadras policiais no país. Nicolás Maduro explicou que os alegados criminosos foram "treinados" nos Estados Unidos, na Colômbia, no Peru e no Chile e que estariam a ser divulgados os vídeos de onde foram treinados para fazer ataques a esquadras policiais no país.

Por seu lado, a líder da oposição, Maria Corina Machado, convocou manifestações para este sábado “em todas as cidades” do país para denunciar a fraude que, segundo ela, permitiu a reeleição do presidente cessante, Nicolás Maduro.

“Devemos continuar firmes, organizados e mobilizados com o orgulho de termos obtido uma vitória histórica”, no domingo, disse Maria Corina Machado. num vídeo publicado quinta-feira nas redes sociais, prometendo ir “até ao fim.

De acordo com os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que a oposição acusa de estar às ordens do poder, Maduro, 61 anos, herdeiro do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), foi reeleito para o terceiro mandato consecutivo de seis anos com 5,15 milhões de votos (51,2%).

A CNE, que denunciou ter sido alvo de pirataria informática, não publicou os resultados detalhados por assembleia de voto, enquanto a oposição afirma ter agrupado mais de 80% dos boletins de voto. De acordo com esta contagem, o candidato da oposição, Gonzalez Urrutia, obteve 67% dos votos.

Várias pessoas morreram e centenas foram detidas nos protestos em várias cidades da Venezuela contra a vitória do Presidente Nicolás Maduro.

Notabanca; 02.08.3034

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