Um grupo de peritos vai examinar a embarcação na
segunda-feira e efetuar uma "análise preliminar dos corpos" para
confirmar ou descartar a tese de que provém do continente africano, informou a
Polícia Federal numa nota enviada à agência de notícias espanhola EFE.
Hoje, equipas das forças de segurança rebocaram para terra a pequena e precária
jangada e os cadáveres que se encontravam no seu interior, para uma inspeção
detalhada.
A embarcação foi encontrada no sábado na região do Salgado, no estado amazónico
do Pará (norte), onde existem várias reservas protegidas e habitada
principalmente por comunidades tradicionais que vivem da pesca, do artesanato e
da captura de caranguejos.
Pouco depois de a tragédia ser conhecida, um comissário da polícia local disse
ao jornal O Liberal que havia "cerca de 20 corpos em avançado estado de
decomposição" no barco e afirmou que poderiam ser "refugiados do
Haiti", país que atravessa uma grave crise política, social e económica.
No entanto, a Polícia Federal alargou o possível raio de origem da embarcação
ao continente africano, onde conflitos armados em alguns países têm provocado
um arriscado êxodo migratório em direção à Europa.
No sábado, uma equipa da Polícia Federal, incluindo um grupo de peritos do
distrito federal de Brasília, iniciou a sua viagem para o local para
"descobrir quem eram as pessoas que estavam no barco".
"O número, a nacionalidade e a causa da morte das vítimas ainda não são
conhecidos", informou a polícia em comunicado.
A Polícia Federal brasileira informou que está a investigar o caso "em
colaboração com diversos órgãos de segurança pública" do Pará, que também
disse ao jornal O Liberal que as vítimas podem ter morrido como consequência de
um naufrágio.
Notabanca, 15.04.2024
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