LÍDER DO PAIGC ALERTA SOBRE “PERSEGUIÇÃO A OPOSITORES POLÍTICOS RAPTOS E AGRESSÕES CONTRA A TODAS AS VOZES QUE SE OPÕEM AO REGIME”
O X Congresso do PAIGC acontece num dos “períodos mais sombrios” da história da Guiné-Bissau, afirmou hoje o líder do partido, Domingos Simões Pereira.“O X congresso do PAIGC decorre num momento em que o nosso país atravessa um dos períodos mais sombrios da sua história”, disse Domingos Simões Pereira.
O líder do PAIGC falava na abertura do congresso do partido, que teve início em Ponta Gardete, nos arredores de Bissau.
“Hoje vivemos num país em que os direitos civis e políticos dos cidadãos são permanentemente cerceados, a Constituição e as leis sistematicamente violadas e a justiça instrumentalizada”, afirmou Simões Pereira.
Segundo o presidente do PAIGC, que se recandidata ao cargo, registam-se casos de perseguição a “opositores políticos, raptos e agressões contra a todas as vozes que se opõem ao regime”.
“A agravar tudo isto, e sem que estivem reunidas as condições políticas para tal, o Presidente da República decidiu dissolver o parlamento e formar um Governo de sua própria iniciativa, criando uma situação política anormal e absolutamente desnecessária”, salientou.
O líder partidário destacou que “seis meses após a dissolução do parlamento, não se vislumbra uma perspetiva clara sobre quando e como serão organizadas as próximas eleições legislativas”.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu a Assembleia Nacional Popular em maio e marcou legislativas para 18 de dezembro, que vão ser adiadas para uma nova data ainda a definir pelo chefe de Estado.
“Em consequência da situação política prevalecente, este regime está a conduzir o país ao descalabro. As instituições, a democracia e o próprio Estado estão a ruir de forma vertiginosa, nada de se salvando neste caminhar irreversível para o precipício”, lamentou Domingos Simões Pereira.
O líder do partido disse também que a “situação social é calamitosa” devido a um “Governo incompetente e corrupto”, “sem nenhum compromisso com o povo, por lhe faltar legitimidade democrática”.
O congresso do partido, dedicado ao tema “Consolidação da Coesão Interna, a luz do pensamento de Amílcar Cabral, pelo resgate do poder popular e promoção do desenvolvimento”, vai decorrer até domingo.
O PAIGC deveria ter realizado o seu congresso em fevereiro, mas foi adiado devido às restrições sanitárias impostas pelo Governo para combater a pandemia de covid-19.
Questões judiciais, algumas das quais que levaram à intervenção das forças de segurança, impediram o partido de realizar o congresso por mais três vezes.
O Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização do PAIGC aceitou seis candidaturas à liderança do partido, mas fontes partidárias disseram que dois candidatos, Raimundo Pereira e Martilene dos Santos, retiraram, entretanto, as suas candidaturas.
Notabanca; 19.11.2022
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