quinta-feira, 24 de novembro de 2022

GOVERNO PREVÊ CRESCIMENTO DE 4,7% DO PIBEM 2022

O Governo prevê um crescimento de 4,7% do Produto Interno Bruto em 2022, segundo os dados divulgados quarta-feira pela direção-geral de Previsão e Estudos Económicos do Ministério das Finanças guineense.

Em nota divulgada à imprensa, o Ministério das Finanças refere as "boas perspetivas", que "são animadoras apesar dos constrangimentos relacionados com o conflito na Ucrânia". 

As previsões do FMI, divulgadas na segunda-feira, apontam para um crescimento de 3,5% em 2022 e que a inflação média fique acima dos 7% "à luz do impacto dos crescentes preços do petróleo e bens alimentares, que afetará negativamente os mais vulneráveis". 

O FMI prevê também uma ultrapassagem da despesa em 2022, especificamente na massa salarial e um défice orçamental de 5% do Produto Interno Bruto, salientando que a dívida pública representa mais de 80% do PIB. 

As previsões do Governo guineense são mais otimistas que as do FMI, mas o Ministério das Finanças salienta que, com as "informações disponíveis, o PIB real crescerá 4,7% em 2022".

As previsões da direção-geral de Previsão e Estudos Económicos sustentam o crescimento nas "contribuições setoriais", que se situam em 1,9% no setor primário, 0,7% no setor secundário e 2,1% no setor terciário. 

"Na ótica da despesa, o consumo final crescerá 3,1%, o investimento 14,1% e as exportações líquidas cairão 14,3% em 2022", salienta-se na nota. 

A direção-geral de Previsão e Estudos Económicos refere que apesar do esforço no controlo das despesas, receitas e realização de investimento", persistem "limitações estruturais na economia nacional". 

Os dados indicam igualmente que as receitas totais, incluindo donativos, aumentarão 14,7% em 2022, para o qual contribuirá também o aumento da receita fiscal de 9,3%, provocado por reformas capazes de "gerar ganhos mais eficientes".

Em relação às despesas, a direção-geral de Previsão e Estudos Económicos perspetiva um "crescimento de 6,9%", com um aumento de 3,4% das despesas correntes, o que revela a "necessidade de reestruturação dos gastos públicos, que possam beneficiar investimentos".

A direção-geral de Previsão e Estudos Económicos avisa que a dívida pública pode agravar-se em 2022, alcançando 73,9% do PIB.

O Comité de Enquadramento Macroeconómico e Orçamental recomendou ao Governo a "consolidação e expansão do controlo fiscal para aumentar a receita e assegurar a gestão da sustentabilidade da dívida pública".

O FMI anunciou na segunda-feira ter chegado a acordo com as autoridades da Guiné-Bissau para negociar um programa de 36 meses no âmbito do mecanismo de Facilidade de Crédito Alargado, no valor de 36,3 milhões de dólares (35,14 milhões de euros).

Notabanca, 23.11.2022

Sem comentários:

Enviar um comentário