quinta-feira, 20 de outubro de 2022

FODÉ CARAMBÁ SAMHÁ DIZ NÃO ESTAR SURPREENDIDO COM A DATA DAS LEGISLATIVAS

O Presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento disse que o eventual adiamento das eleições legislativas de 18 de dezembro para 23 de abril do próximo ano não surpreende a organização.

Ouvido hoje pela ANG sobre o consenso alcançado entre o Governo e partidos políticos para que as eleições tenham lugar no próximo  mês de abril, Fodé Carambá Sanhá disse que no âmbito do levantamento da situação sócio demográfico e pluviométrica concluíram que não era possível realizar eleições  na primeira data, 18 de dezembro, por coincidir com a campanha agrícola.

“O primeiro especto é a deslocação da população para prática da agricultura, que não favorece o recenseamento. Segundo, tem a ver com a dependência de materiais para emissão e impressão de cartões localmente, como determina a lei e terceiro aspecto se deve a necessidade de preparação de técnicos que vão trabalhar com os equipamentos, assim como o risco que os próprios equipamentos corriam caso chover”, acrescentou.

Segundo Carambá Sanhá,   o recenseamento deve decorrer entre Janeiro e  Março de 2023 para permitir o registo de todos os  eleitores, ou seja todos os cidadãos com capacidade eleitoral ativa,a partir dos 18 anos de idade.

Defendeu a participação das organizações da sociedade civel nos encontros de diálogo de busca de consenso sobre processo eleitoral, o que não aconteceu nas auscultações feitas pelo ministro da Administração Territorial.

Quanto caducidade da Direção da Comissão Nacional de Eleições( CNE), o Presidente do Movimento da Sociedade Civil apela ao consenso politico para que haja confiança e que as eleições tenham lugar em Abril.

“A reestruturação da direção da CNE deve ser feita pela plenária da Assembleia Nacional Popular (ANP) o que não é possível, porque o parlamento está dissolvido”, referiu.

O Presidente do Movimento da Sociedade Civil encoraja a comunidade internacional no sentido de continuar a apoiar o país, como tem feito sempre, no processo eleitoral, “porque a Guiné-Bissau não consegue organizar eleições com seus próprios meios”.

O Presidente Umaro Sissoco Embaló, dissolveu a 16 de Maio o parlamento e marcou eleições legislativas para 18 de Dezembro, mas na semana passada o Governo admitiu adiar o escrutínio por ser "impraticável".

Os principais partidos políticos guineenses defenderam a realização de um recenseamento eleitoral de raiz, que segundo a lei deve durar cerca de três meses, mas, que até ao momento ainda não começou.

A nova data proposta, 23 de Abril de 2023, para as legislativas antecipadas deverá ser submetida ao Presidente da República, Sissoco Embaló.

Notabanca; 20.10.2022

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