EXPORTAÇÃO DE ROCHAS ORNAMENTAIS ATINGE USD 23.5 MILHÕES
As receitas da exportação de rochas ornamentais em Angola passaram de 10.7 milhões de dólares, em 2017, para USD 23.5 milhões (2021), disse hoje, terça-feira, em Luanda, o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Correia Victor.
Acrescentou que a par do aumento das receitas, o sector registou também aumento da força de trabalho, passando de 796 empregados, em 2017, para 941, em 2021, agregados em 22 empresas localizadas nas províncias da Huíla, do Namibe, do Zaire, do Cuanza Norte, de Benguela, do Huambo e do Cuanza Sul.
Por sua vez, a secretaria de Estado para a Economia, Dalva Ringote, afirmou que apesar de a contribuição desse subsector da economia nacional ser pouco expressiva no Produto Interno Bruto (PIB) do país, o mesmo está em franco crescimento, fruto dos apoios e incentivos dados pelo Executivo às empresas do ramo.
"(.....) É notório o crescimento da produção, apesar de ainda ser tímido, e através do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), os empresários do ramo poderão beneficiar dos mecanismos de apoio e promoção da produção nacional", garantiu.
Quanto à exportação, Dalva Ringote adiantou ser necessário alargar a base do país, em termos de destino da produção nacional e, de forma articulada, poder ver novos mercados.
Huíla demonstra consistência
Apesar de a exploração estar a ganhar corpo em outras províncias, a Huíla mantém-se regular na exploração de rochas ornamentais e assume-se como o principal produtor de rochas ornamentais em Angola, tendo a sua produção média a rondar os 70 mil metros cúbicos anual.
O sector conta, localmente, com 17 empresas, todas em actividade e a contribuírem anualmente com uma média de 230 milhões de kwanzas para a Conta Única do Tesouro (CUT). Desse número, apenas quatro transformam o produto em artefactos de acabamentos para construção civil.
Em geral, as referidas operadoras exploram granito negro/marron e negro, que compõem maior parte da produção, e em pequenas quantidades o cinza e o rosa, tendo como mercados internacionais China, Taiwan, Polónia, Coreia do Sul, Portugal, Espanha e Itália.
Na Huíla, a exportação é uma tendência que vai se invertendo com os investimentos feitos na transformação, pois o mercado interno já está a absorver parte da produção acabada de ladrilhos, que são consumidos pela própria província, por Benguela, Luanda, Huambo, Cuando Cubango e Moxico.
Para maior dinamização e rendimento da actividade, urge a necessidade da electrificação das minas, pois os operadores gastam, em média, 200 litros de gasóleo por dia para suportar os geradores que movimentam e disponibilizam água.
Rochas são sustentáculo do Namibe
Não obstante a pesca ter um peso relevante na economia da província e na vida dos seus habitantes, o granito negro, mármore branco e mineiro de ferro destacam-se entre os produtos exportados pelo Namibe, em destinos como África do Sul, Portugal, Espanha, Itália, Polónia e Taiwan, superando o peixe, o caranguejo e o polvo congelado.
No terceiro trimestre de 2021, por exemplo, fruto das solicitações para transações comerciais, foram emitidas 19 Guias de Exportação, sendo nove para granito/quartzito com 709,722 m³, oito para mármore (306,938 m³), um para berílio (5.500,88 kg) e igual número para seixos, chapa de granito e painéis rústicos.
Somadas, essas quantidades correspondem a 1.016,66 m³ de rochas ornamentais exportados, cuja contrapartida para o Estado foi de Kz 13 018 311,00 (treze milhões dezoito mil trezentos e onze kwanzas).
Em termos tributários, o sector dos Recursos Minerais contribuiu para o OGE com um montante avaliado em Kz 13 018 311,00 (Treze milhões dezoito mil trezentos e onze kwanzas), segundo um relatório do Governo Provincial do Namibe a que a ANGOP teve acesso.
Nesse período, a Indústria Transformadora empregou mil 583 (+54) trabalhadores, dos quais 24 são expatriados. O Namibe regista a implantação de três fábricas de grande porte, sendo uma de cimento cola, uma de vinho tinto e espumante e outra de materiais descartáveis para a medicina.
Segundo o relatório referente ao terceiro trimestre de 2021, foram recebidos 119 processos de exportação de produtos para os diferentes países, avaliados em USD 10.320.137,35 (Dez milhões trezentos e vinte mil cento e trinta e sete dólares e trinta e cinco cêntimos).
O documento refere que, do licenciamento de operadores para exportação e importação de mercadoria diversa, foi arrecadado o valor de Kz 6.780.000,00 (Seis milhões setecentos e oitenta mil kwanzas).
Ranking mundial
Angola está entre os 20 maiores exportadores de material bruto (toneladas de blocos), numa lista integrada pelo Brasil, China, Espanha, Itália, Irão, Portugal, Turquia, entre outros países.
Enquanto isso, o ranking de importadores é liderado pela China, seguida dos Estados Unidos da América (EUA), Espanha, Grécia, Hong-Kong, Itália, Suíça e Taiwan.
O sector movimenta cerca de 50 mil milhões de metros cúbicos por ano, tendo, nos últimos 15 anos, a taxa média de crescimento anual se fixado em 10 por cento, apesar da concorrência em matéria de revestimentos cerâmicos.
Embora a Itália seja o núcleo difusor das inovações tecnológicas e maior produtor e exportador de máquinas, a China é, desde 2002, o maior importador de produtos brutos e maior exportador mundial de semi-manufacturados.
Segundo especialistas, o aumento da procura por parte da China, Índia e Taiwan contribuiu para a elevação dos preços nos mercados produtores.
A propósito, recentemente, o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Correia Victor, disse, em Verona (Itália), que Angola quer a Huíla e o Namibe como centros de excelência na exploração e transformação das rochas ornamentais, contando com o investimento privado nacional e estrangeiro, com surgimento ainda tímido.
Notabanca; 12.01.2022
Sem comentários:
Enviar um comentário