O deputado da bancada parlamentar do PAIGC, Conduto de
Pina, eleito no arquipélago dos Bijagós, disse que tem provas de um caso de
suposto tráfico de crianças por parte de uma cidadã estrangeira, dona de uma
escola na ilha de Bubaque. Numa intervenção no parlamento guineense, na
semana passada, Conduto de Pina falou sobre o caso, e em declarações à Lusa
explicou os contornos da situação que disse estar longe de ser um processo de
adoção de crianças.“Não se trata de adoções, porque adoção teria de passar por trâmites normais, constitucionais, até à produção de uma sentença por um tribunal.
Ela não, ela faz subtração (de crianças)” observou o deputado, para de seguida afirmar que a autora do alegado crime, que neste momento se encontra em França, trabalha em Bubaque, mas tenta retirar crianças da ilha de Canhabaque, onde, disse, a maioria dos pais são analfabetos.
O deputado
disse que por ter feito denúncias ao comportamento da autora daquilo que
considera ser tráfico, pelo menos cinco crianças de Canhabaque tiveram de
voltar para a Guiné-Bissau quando já se encontravam no Senegal.
“Na
sexta-feira era para fazer embarcar cinco crianças a partir de um voo que
partia do Senegal para a Tunísia e de lá para Antígua, Barbados, para depois
poderem entrar na Europa”, afirmou Conduto de Pina.
Deste grupo,
acrescentou o deputado, consta uma criança do sexo feminino que a autora do
esquema tentou levar para a Europa, em 2019, a partir do Senegal com um
passaporte daquele país, disse.
“A criança
viajou até Marrocos, onde foi barrada. Ela regressou com a criança e tentou
novamente este ano levar a mesma criança no grupo dos cinco. Não sei como é que
ela vai fazê-las entrar se está tudo fechado na Europa Schengen”, referiu o
deputado.
Conduto de
Pina disse que desta vez e com a sua denúncia “o esquema abortou”, mas tem
informações de que a mesma pessoa conseguiu, no passado, levar para fora da
Guiné-Bissau três crianças das ilhas. Segundo o deputado, seriam crianças com
idades entre os sete e os 17 anos.
Sobre a
forma de funcionamento do que chama de “esquema bem montado”, Conduto de Pina
indicou que a autora tem uma escola francesa na ilha de Bubaque, que depois
transformou num orfanato, mas que, entretanto, se tornou um hotel, enfatizou.
“A forma
como ela lida com as crianças leva os pais a entregarem os filhos à senhora”,
observou Conduto de Pina, que acusa a mulher de estar a levar crianças para
fora do país há mais de três anos.
O deputado
exibiu à Lusa documentos, cópias de bilhetes de identidade e de passaportes das
crianças alegadamente envolvidas no esquema, bem como papéis que seriam
declarações dos pais a autorizar a viagem dos menores na companhia da mulher.
“Ao que
consta, ela forja a autorização dos pais das crianças através de papéis
escritos em inglês, francês e português. Vou agora tentar descobrir os pais
biológicos das crianças, que supostamente são pessoas analfabetos”, afirmou
Conduto de Pina.
Segundo
disse, o parlamento vai mandar, brevemente, para as ilhas elementos de três
comissões especializadas para averiguar a situação.
Em junho,
fonte da Associação Amigos da Criança disse à Lusa que a Polícia Judiciária
guineense, com o apoio da Interpol, intercetou em Marrocos seis raparigas, que
estavam a ser levadas para um país asiático para prostituição. A associação
acredita que situações do género acontecem “desde sempre”, envolvendo raparigas
guineenses, que são aliciadas com promessas de trabalho em países vizinhos da
Guiné-Bissau, Europa e Ásia, mas que parece agravar-se com a pandemia da
covid-19.

Que bom os deputados da nação a comesarem a exercer as suas funções um grande amor a pátria e um grande aplausos, mais o que mais me estranho é.!!!com todas essa Evidências porque a francesa continua no seio da população e gerir o Negócio na Guiné bissau????
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