DESPEDIDOS QUATRO POLÍCIAS LIGADOS À DETENÇÃO DE HOMEM NEDRO QUE MORREU NA
AMÉRICA
Quatro polícias
envolvidos na detenção de um homem negro que morreu sob custódia policial no
estado de Minnesota, nos Estados Unidos, foram despedidos quarta-feira,
confirmou o 'mayor' da cidade de Minneapolis, Jacob Frey.
O governante da cidade localizada no
'midwest' norte-americano afirmou, na rede social Twitter, que a demissão dos agentes
foi "a decisão certa" face à morte ocorrida na segunda-feira, após um
incidente, captado em vídeo por testemunhas e difundido nas redes sociais, em
que a vítima reclamava não poder respirar, enquanto um polícia branco estava
ajoelhado sobre o seu pescoço.
Após ter dito, numa conferência de imprensa realizada quarta-feira, que o
agente em questão pressionou o joelho contra o pescoço da vítima por cinco
minutos, Jacob Frey vincou que "ser negro na América não deve ser uma
sentença de morte", na sua página oficial na rede social Facebook.
"Ser negro
na América não deve ser uma sentença de morte. Por cinco minutos, vimos um
polícia branco pressionar o joelho no pescoço de um negro. Cinco minutos.
Quando se ouve alguém a pedir ajuda, deve-se ajudar. Este oficial falhou no
sentido humano mais básico", afirmou.
O homem que morreu foi identificado como George Floyd pelo advogado Bem
Crump, que é reconhecido na área dos direitos civis e dos danos pessoais e que
disse ter sido contratado pela família da vítima.
"Todos
assistimos à horrível morte de George Floyd em vídeo, enquanto as testemunhas
pediam ao agente que o levasse para dentro do carro da polícia, deixando de
pressionar o seu pescoço. Esse uso abusivo, excessivo e desumano da força
custou a vida a um homem detido pela polícia por questionar uma acusação não
violenta", declarou o advogado, em comunicado.
Além de se queixar que lhe doía o pescoço, ouve-se, no vídeo publicado, a
vítima a implorar por água e a dizer ao agente repetidamente que não consegue
respirar, enquanto a voz de uma mulher diz que a vítima está a sangrar do nariz
e outro transeunte está a acusar o polícia de "estar a gostar" da
cena.
Já a chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que o
departamento vai conduzir uma investigação interna completa.
A força de segurança alegou também que o homem correspondia à descrição de
um suspeito relativo a um caso de falsificação num supermercado e que resistia
à prisão.
Em Minneapolis, o regulamento do uso de força do departamento permite que
um agente se ajoelhe no pescoço de um suspeito, enquanto uma "opção de
força não mortal" para oficiais treinados nesse sentido.
Esse regulamento esclarece, porém, que
os "oficiais devem usar apenas uma
quantidade de força necessária que seja objetivamente razoável" e
que o estrangulamento é "considerado uma opção de força
mortal", respeitando a casos em que as vias respiratórias da vítima
são obstruídas.
Os agentes envolvidos no caso estão agora com uma licença administrativa
remunerada, de acordo com o protocolo do Departamento de Apreensão Criminal do
Minnesota (BCA, na sigla inglesa), tendo sido esclarecido que os nomes dos
polícias vão ser divulgados após entrevistas iniciais com as pessoas envolvidas
e com testemunhas.
O FBI está a conduzir uma investigação federal, a pedido da polícia de
Minneapolis, informou ainda o BCA.
Já o sindicato da polícia pediu ao público
que espere pelo desenrolar da investigação e que não "se apresse em julgar e condenar
imediatamente os polícias".
Notabanca;
28.05.2020
Sem comentários:
Enviar um comentário