A Organização das Nações Unidas (ONU) quer ouvir ideias dos países africanos sobre como lidar com a situação da Guiné-Bissau e admite novas consultas este mês sobre o país, disse segunda-feira à Lusa o presidente do Conselho de Segurança.
“Estamos a fazer
alguns arranjos, mas estamos à espera de que países africanos apresentem
algumas ideias sobre como lidar" com os recentes desenvolvimentos na
Guiné-Bissau”, afirmou o representante permanente da China junto da ONU e
presidente do Conselho de Segurança no mês de março, Zhang Jun.
O representante chinês
indicou que este órgão da ONU ainda não falou sobre os recentes
desenvolvimentos na Guiné-Bissau, como a tomada de posse simbólica de Umaro
Sissoco Embaló como Presidente do país, a demissão do Governo de Aristides
Gomes ou a ocupação de instituições do Estado por militares.
Desta forma, Zhang Jun
adiou qualquer declaração para "depois de novas consultas" com os
restantes 14 países que constituem o Conselho de Segurança da ONU, assegurando
que a organização está "definitivamente a trabalhar".
O programa do Conselho
de Segurança para o mês de março não inclui reuniões sobre a Guiné-Bissau,
depois das reuniões de Fevereiro sobre a situação no país, mas Zhang Jun disse
que "o programa não impede o Conselho de responder a novos
desenvolvimentos ou novas tensões".
Em 28 de Fevereiro, o
Conselho de Segurança ONU aconselhou os atores políticos da Guiné-Bissau a
conterem-se de "acções e declarações que possam quebrar o processo
político ou fazer escalar tensões" e pediu reformas da Constituição e da
Lei Eleitoral, assim como reformas no sector da defesa e segurança e no sector
jurídico.
A ONU tem reiterado o
seu apoio à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que hoje
voltou a ameaçar a Guiné-Bissau com novas sanções e criticou as forças de
defesa e de segurança de se imiscuírem na esfera política.
Os membros do Conselho
de Segurança mostraram, numa reunião em 14 de Fevereiro, altas expectativas
para a "primeira transição de poder" entre dois Presidentes
democraticamente eleitos na Guiné-Bissau e pediram a implementação de
"reformas urgentes", como previsto no Acordo de Conacri.
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