PGR ADMITE QUE ELEIÇÕES
PRESIDENCIAIS FORAM JUSTAS E TRANSPARENTES O
Procurador-Geral da República, Ladislau Embassa, afirmou quinta-feira que as
eleições presidenciais de 29 de dezembro decorreram da melhor forma e afastou
qualquer possibilidade de ter ocorrido algo que possa colocar em causa a
integridade do processo. "Posso dizer-vos que, para o Ministério
Público, o processo eleitoral decorreu da melhor forma e não temos nenhuma
irregularidade que podemos considerar como passível de pôr em causa a
integridade do processo eleitoral", observou Embassa, em declarações aos jornalistas, à margem da abertura
do seminário sobre a cooperação internacional, governação e Estado de Direito.
O seminário
acontece no âmbito do PACED - Projeto de Apoio à Consolidação do Estado de
Direito nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e
Timor-Leste, financiado pela União Europeia.
Ladislau
Embassa observou que, desde 2013, com a adoção da nova versão da lei eleitoral,
o Ministério Público vem participando no processo eleitoral, o que, disse, é
"um grande avanço na credibilização" de eleições na Guiné-Bissau.
Referiu que no âmbito daquela possibilidade aberta
pela lei, mais de 70 magistrados do Ministério Público participaram nas últimas
presidenciais e acompanharam todas as operações nas Comissões Regionais de
Eleições (CRE), inclusive assinaram as atas de apuramento dos resultados.
"Todos esses
documentos estão sob a alçada do Ministério Público", afirmou Ladislau Embassa.
Questionado
sobre o que pensa da atuação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que está a
apreciar um recurso contencioso, interposto pelo candidato Domingos Simões
Pereira, que já pediu a anulação das eleições, alegando irregularidades e fraude,
o Procurador-Geral da República disse não pretender comentar o papel de um
órgão da administração da justiça, mas salientou que toda a atuação dos agentes
do Estado devem ser baseadas na lei.
Em relação à
queixa-crime intentada no Ministério Público pela candidatura de Simões Pereira
contra o presidente da Comissão Nacional de Eleições, o juiz José Pedro Sambú,
o procurador guineense, também juiz do Supremo Tribunal, defendeu que o caso
está a ser analisado para se saber se tem ou não matéria para avançar.
"É bom
precisar que na nossa lei penal, no Código do Processo Penal, quando se trata
de situação de crime público, contra uma individualidade, qualquer participação
a ser feita deve ser considerada uma denúncia, não uma queixa", defendeu Ladislau Embassa, sem, contudo, precisar
o que já foi feito nesse assunto.
A candidatura
de Domingos Simões Pereira quer que o Ministério Público investigue José Pedro
Sambu por alegadas suspeitas de crimes durante o processo eleitoral.
O Procurador guineense assinalou ainda que enquanto
estiver à frente do Ministério Público a atuação do órgão será sempre "na base da
imparcialidade e da objetividade" dos magistrados e que só poderá intervir
em caso de "extrema importância, para dar orientação, diretiva, conforme
está prevista na lei".
Ladislau
Embassa notou igualmente que é totalmente contrário à ideia de que as
instituições do Estado devem ser "subjugadas aos
interesses particulares".
O Supremo
guineense está a analisar um pedido de anulação das eleições, feito por Simões
Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC).
A CNE
declarou Umaro Sissocó Embaló vencedor da 2ª volta daspresidências de 29 de
dezembro, com 53 por cento dos votos.
Entretanto em
Comunicado de Conselho de Ministros, o governo instou Ladislau Embassa a seguir
a exortação da CEDEAO que pede ao Supremo Tribunal de Justiça para decidir
sobre o contencioso eleitoral o mais tardar até 15 de fevereiro.
A posição da
CEDEAO foi produzida numa cimeira de Chefes de Estados e de governo desta
organização sub-regional realizada na semana passada, em Adis Abeba, na
Etiópia.
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