REPARAÇÃO
DOS ATROPELOS DA CNE SÓ ESTARÁ COMPLETA QUANDO OS VOTOS LEGAIS DEPOSITADOS NAS
URNAS FOREM RESPEITADOS-Diz PAIGC
Irmãos, Camaradas
Com base no requerimento de contencioso eleitoral que o nosso colectivo de
advogados o submeteu, o Supremo Tribunal de Justiça, actuando nas vestes de
Tribunal Constitucional se pronunciou, exigindo da Comissão Nacional de
Eleições a apresentação da Acta de apuramento Nacional.
Esta peça fundamental e incontornável do apuramento dos resultados, não foi
apresentada à plenária da CNE nem ao próprio STJ (aquando da contralegação)
simplesmente porque não existe, indicando claramente que os resultados
provisorios anunciados carecem de fundamentação factual e juridica, o que não
surpreende, e vem se juntar ao rol de ilegalidades e imprecisões que estão
patentes deste processo eleitoral.
Compete pois à CNE esclarecer ao povo Guineense e às demais instituições da
soberania nacional, o que terá estado na base desta omissão tão grosseira, se
alguma coerção ou limitação da sua liberdade de actuação como já aludidos por
várias evidências, ou se insiste em se colar a falta de profissionalismo,
incompetência e irresponsabilidade, que nós a partida não o reconhecemos.
Em presença destes elementos e constatações, o PAIGC, se dirige a todos os
militantes e simpatizantes, mas extensivamente a todo o povo guineense e à
Comunidade Internacional, para entre outros, afirmar que;
1. A decisão do STJ sobre os resultados parciais das Presidenciais 2019,
divulgados pela CNE, foi um importante passo para que o povo possa em breve
celebrar uma vitória adiada pela fraude;
2. O STJ dá uma indicação ao povo de que é possivel acreditarmos na justiça.
Com independência e respeito aos principios processuais constitucionais, faz
valer a verdade dos autos e consolida a credibilidade junto à sociedade
guineense e à Comunidade Internacional;
3. Configura-se portanto como um passo gigantesco e favorável à democracia o
início do fim da fraude que assistimos perplexos no dia 1 de janeiro;
4. Perante tal situação, o PAIGC volta a provar que está unido e que tem o
povo consigo. Com a serenidade que apelamos aos nossos eleitores, militantes e
simpatizantes, estamos hoje aqui diante da imprensa nacional e estrangeira para
afirmar que a nossa luta transcende a uma mera condição de vencedor de uma
disputa eleitoral. Aqui estamos a afirmar uma vez mais que a nossa luta é por
justiça e democracia. E numa democracia, a escolha da maioria deve ser respeitada;
5. A pressa e o atropelo de algumas regras constitucionais e eleitorais que
ameaçavam a soberania popular foram barradas pela lucidez e prudência do STJ ao
decidir que a CNE deixou de cumprir etapas obrigatórias no processo de
apuramento dos votos e cuja observância teria certamente evidenciado o conjunto
de irregularidades de que o acto está impregnado e que foram atempadamente
indicados ;
6. A decisão do STJ, a reafirmar a Constituição, impõe a todos os envolvidos
o respeito às leis e às regras estabelecidas para a definição do verdadeiro
vencedor das eleições presidenciais;
7. A reparação dos atropelos praticados pela CNE somente estará completa
quando cada voto, e só os votos legais, depositados nas urnas forem
respeitados;
8. Saudamos ainda a decisão soberana do STJ por repôr a disputa eleitoral ao
patamar da igualdade e transparência, indispensável para que a lisura do
processo seja o único alicerce que sustente os numeros finais apurados;
9. Alertamos a todos que a luta democrática continua e apelamos a todos os
amantes da democracia, dentro do país e além fronteiras, que mantenham a
vigilância e mobilização. Sempre a reforçar a certeza de que o respeito à
soberania popular seja assegurado;
10. Todos os quadros do PAIGC, dos partidos que apoiam a nossa candidatura e
todas as representações colectivas e individuais são responsáveis por esta
primeira e significativa vitória alcançada junto do STJ;
11. Exortamos às forças da defesa e segurança e a toda a hierarquia militar
e paramilitar a se manterem afastados e equidistantes do jogo político. Mesmo
cientes da falsificação e fraude de que vinhamos sendo alvos, sempre escolhemos
o caminho da legalidade democrática, mas não permitiremos que, por nenhuma
instância e modalidade, os nossos direitos sejam subtraidos a favor de
interesses inconfessos, particulares ou de grupos;
12. Apelamos finalmente à Comunidade Internacional para a necessidade de
renovar em permanência, na atitude e nos actos, o seu alinhamento com a missão
primária de apoiar o reforço do Estado de Direito Democrático na República da
Guiné-Bissau.
Viva a democracia
Viva a Guiné-Bissau
Viva o PAIGC
Muito obrigado!
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