O papa Francisco nomeou Francesca Di Giovanni para a função de vice-ministra da Secretaria de Estado da Santa Sé, órgão equivalente ao Governo central do Estado.
Ela tem ampla experiência em questões
relacionadas a migrantes e refugiados, direito internacional humanitário e
direito internacional privado.
Pela primeira vez, uma mulher ocupará um cargo de
alto nível no Vaticano
Di Giovanni, 66 anos, é laica e ocupava até agora o cargo de subsecretária
encarregada do multilateralismo na seção de Relações com Estados, organismo
equivalente ao Ministério das Relações Exteriores no Vaticano.
Nascida em Palermo em
1953, formada em Direito, ela já trabalha há quase 27 anos na Secretaria de
Estado, de acordo com o comunicado oficial da Santé Sé divulgado na
quarta-feira (15). Di Giovanni ficará subordinada ao Monsenhor Paul R.
Gallagher, o "ministro" das Relações Exteriores, e atuará ao lado do
outro subsecretário, Monsenhor Miroslaw Wachowski.
Em entrevista ao portal
Vaticans News, a nova vice-ministra reconhece que o papa tomou "uma
decisão inovadora, que representa um sinal de atenção com as mulheres e que vai
além da minha pessoa".
Ela também lembrou as
palavras do papa durante sua homilia em 1º de janeiro, assegurando que "as
mulheres são doadoras e mediadoras da paz e devem estar totalmente envolvidas
no processo de tomada de decisões".
Desde o início de seu
pontificado em 2013, o papa Francisco, 83 anos, demonstra reconhecimento pelo
papel das mulheres na Igreja e na sociedade em geral, denunciando regularmente
as injustiças de que são vítimas.
Em sua exortação apostólica "Evangelii
Gaudium", de novembro de 2013, poucos meses após sua eleição, Francisco
convidou teólogos a refletir "sobre o possível papel das mulheres, onde
são tomadas decisões importantes, nos vários círculos da Igreja".
Na conclusão do Sínodo
da Amazônia, em outubro passado, o pontífice argentino também insistiu na
"necessidade de refletir sobre o significado do papel das mulheres na
Igreja" e explicou que uma mulher poderia estar à frente de um ministério.
Notabanca; 19.01.2020
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