O líder do Partido de Unidade Nacional (PUN), afirmou que as eleições legislativas e a primeira volta das presidenciais, puseram em evidência dois “cancros”, que representam um perigo para a segurança do país como nação.
“Os dois
cancros representam, o dinheiro e com os recursos aos discursos demagógicos,
tribalista, religioso etc, utilizados pelos líderes políticos durante a
campanha eleitoral”, revelou hoje Idriça Djaló em conferencia de imprensa.
Aquele
político disse que, desde a abertura democrática no país, o dinheiro sempre
esteve presente no coração desse sistema, para a compra da consciência dos
eleitores, de forma a induzir as pessoas a votarem num determinado partido ou
candidato.“Todos os partidos o fizeram sem excepção. Aliás todos os partidos ou candidatos que têm meios de mobilizar dinheiros, utilizaram-no nas campanhas eleitorais”, afirmou.
Idriça Djaló
sublinhou que chegou a altura de se interrogar das consequências desses
dinheiros na política.
“Os
referidos dinheiros têm origens bem claras. Primeiro, uma parte provem do
tesouro público, ou seja o dinheiro de todos nós é apoderado por um grupo de
pessoas para fazer a política. E isso se
verifica desde a abertura democrática em 1994”, disse.
A fonte do
mesmo dinheiro, de acordo com o líder do PUN, pode advir de um grupo de pessoas
com poder de distribuir as florestas do
pais, vendendo as madeiras e revertendo os fundos para os seus bolsos para
meter na política.
“Ou ainda
vendem as licenças de pescas nas zonas proibidas, através de autorização da
faina para os navios que hoje em dia são proibidos de pescar em toda a parte do
mundo porque têm redes que arrastam todas as espécies de peixes”, disse.
Idriça Djaló
explicou que outra fonte de dinheiro tem a ver com o tráfico de drogas,
acrescentando que em todos os países do mundo, tanto os mais grandes como
pequenos, existem traficantes que decidem que vão viver na marginalidade das
leis.
“Levam a
cabo actividades perigosas como negócios de drogas e em contrapartida ganham
muito dinheiro. Já ouvimos falar de grandes Cartêis e que têm redes espalhadas
até as pequenas escalas”, afirmou.
O líder do
PUN frisou, a título de exemplo, que a quantidade de drogas aprendidas
ultimamente na Guiné-Bissau, já não é a obra de um pequeno traficante do país.
“Quando falamos de centenas de milhões de euros
provenientes de droga é porque existe a cumplicidade da alta esfera do Estado,
porque os narcotraficantes não são pessoas loucas, têm responsabilidades como
qualquer um”, disse.
Declarou
que, quando os traficantes trouxem elevadas quantidades de drogas para o país é
porque têm alguma contrapartida, salientando que essa garantia não são dadas
por um zé povinho da Guiné-Bissau.
O político
sublinhou que o último fonte de dinheiro pode advir de chefes de Estados
estrangeiros que pretendem controlar o país e os seus recursos, e podem
injectar dinheiro, apostar nas pessoas para chegarem ao poder.
O Líder do
PUN afirmou que as consequências de tudo isso leva a classe política dirigente
a perder a autoridade de representar, condignamente, o Povo que o elegeu.
“Esses
dinheiros investidos na compra da consciência dos eleitores para votarem num
determinado partido ou candidato é um perigo sério para a Guiné-Bissau”, disse.
Notabanca;
05.12.2019
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