O Bispo Auxiliar da Diocese de Bissau, Dom José Lampra Cá disse esperar que, com a segunda volta das presidenciais de 29 do mês corrente, o país volte a normalidade de vida, à semelhança de outros países, sem sentir inferior por maus comportamentos dos seus filhos.
Dom Lampra Cá falava no fim de semana, em Cacheu, ao presidir a missa da peregrinação 2019, sob o lema: “Batizadu i inviadu Suma Maria, nô ianda djuntu tras di Jesus”, e co-celebrada pelos Bispos de Bissau, Dom Camnaté Na Bissing e de Bafatá, Dom Pedro Carlos Zilli.
Essa
celebração foi antecedida da marcha de Capó à Capela de Natividade no dia
6 e 7, e a missa foi marcada pela
presença da comunidade muçulmana e juntava mais de 3 mil peregrinos
vindos de diferentes partes do país e da vizinha república de Senegal.
Lampra Cá
ainda disse que a escolha que irá ser feita a segunda volta das eleições
presidenciais “é responsabilidade de cada cidadão”.
“Não podemos
dizer para alguém fazer escolha tal, mas aquilo que fazemos é educar a
consciência para uma escolha positiva. E cada um, com a sua própria cabeça,
escolhe o melhor para o país”, sublinhou.
Exortou ao
candidato que irá ser escolhido no próximo dia 29 do mês em curso a trabalhar
para que o país possa encarar, a sério, o desenvolvimento sobretudo, o
económico.
Disse que a
diferença étnica e religiosa não é relevante no contexto político, justificando
que é a cidadania que determina.
“As vezes
são levantadas estas questões, talvez a gente não sabe qual é a especificidade
da política. Na política, sobretudo na democracia representativa, o que é posto
em evidência é a cidadania e não outros aspectos”,frisou Lampra Cá.
Dom Lampra
sublinhou que falar na religião é uma perda de tempo, e pede aos guineenses
para que tomassem como exemplo a Associação dos Líderes Religiosos,
acrescentando que a religião tem o seu campo diferente da política.
Disse ainda
que escolher um cristão ou muçulmano não tem validade na política, mas que se
escolha um cristão ou muçulmano com
valores políticos, que seja honesto, o homem que encarna valores de
cidadania e que pode desenvolver o país.
Disse que
uma das razões da referida peregrinação é rezar para o país para que o Senhor
dê ao Povo guineense um Presidente da República que vai preocupar com o país,
adiantando que, só o Altíssimo conhece a consciência e o interesse de cada um.
Segundo o
Vigário Pastoral de Diocese de Bissau, António Imbombo a Igreja do país está a
crescer não só em número mas também na
maturidade espiritual.
“Digamos que
a Igreja está a crescer quando é capaz de assumir a sua própria vida. Vejamos a
contribuição dos cristãos nesse ano, que para nós é muito importante”, referiu.
Os cristãos
católicos de grupos de diferentes paróquias de duas dioceses nomeadamente de
Bissau e Bafatá contribuíram para a peregrinação mariana 2019, com cadeiras,
guarda-sol, entre outros materiais, que
dantes eram comprados pelas dioceses.
Imbombo
desafiou ainda aos fiéis cristãos a fazeram mais gestos na peregrinação do
próximo ano.
Pediu aos
guineenses a colocar a Pátria em primeiro lugar, sobretudo ao que querem chegar
ao alto cargo da magistratura do país, para que temem à Deus, e aconselha-os a
deixarem de lado os interesses pessoais.
Exorta aos
dois concorrentes da segunda volta a
apresentarem projectos válidos para a
edificação de todos os guineenses, em toda parte do país.
Questionado
sobre os 25 por cento de abstenção obtidas nas presidenciais de 24 de novembro
passado, António Imbombo disse que os guineenses devem ter amor a sua terra,
deixando de se abster na tomada de decisão, principalmente numa decisão crucial
como as eleições.
Em 1984
iniciou a peregrinação mariana à Cacheu a pedido do primeiro Bispo de Bissau, o
falecido, Dom Settímio Arturo Ferrazzeta.
O Santuário
de Nossa Senhora de Natividade de Cacheu foi a primeira Igreja do país
constituída pela família de Honório Barreto, antigo governador da referida
região, em 08 de setembro de 1590, e esta cidade foi a primeira onde os
missionários iniciaram a evangelização da Palavra de Deus, em 1590.
Notabanca;
09.12.2019
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