O
Congresso (câmara baixa) dos Estados Unidos aprovou uma das acusações para a
destituição do Presidente, Donald Trump, um processo que será agora julgado no
Senado (câmara alta).
Até às 01:40 de Lisboa (20:40 em
Washington), a maioria democrata aprovou a acusação de abuso de poder,
seguindo-se agora uma votação sobre a acusação de obstrução ao Congresso, que
também deverá ser aprovada.
Na sessão, a líder democrata da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, disse que Donald Trump é uma “ameaça constante” à “segurança nacional” dos EUA, durante o debate para votação dos artigos de destituição do Presidente.
Na sessão, a líder democrata da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, disse que Donald Trump é uma “ameaça constante” à “segurança nacional” dos EUA, durante o debate para votação dos artigos de destituição do Presidente.
“Os actos irresponsáveis do Presidente
tornaram necessário o seu ‘impeachment’. Ele não nos deixou outra escolha”,
afirmou Nancy Pelosi, referindo-se à decisão dos democratas de levarem artigos
de destituição para aprovação no plenário da Câmara de Representantes.
Segundo Pelosi, o Presidente agiu como
uma “ameaça constante à segurança nacional e à integridade das eleições”, ao
tentar pressionar um líder estrangeiro a investigar um rival político de Trump.
Durante o dia, Donald Trump voltou a
declarar-se inocente no inquérito para destituição, que arrancou no início de
Outubro, com acusações de que o Presidente teria pressionado o seu homólogo da
Ucrânia, Volodymyz Zelensky, para investigar a actividade, junto de uma empresa
ucraniana envolvida em casos de corrupção, do filho de um rival político, Joe
Biden.
À mesma hora que os congressistas
votavam, Trump realizava um comício em Battle Creek, Michigan e comentou o
caso: “não sinto verdadeiramente que esteja a ser destituído”.
Antes, escreveu no Twitter: “Querem
acreditar que eu vou ser hoje destituído pela esquerda radical, pelos
democratas que nada fazem, quando eu não fiz nada errado!”
Mas os democratas insistem nas provas
angariadas nas audições do Comité de Informações, primeiro, e Comité
Judiciário, depois, para legitimar a decisão de considerar que a actividade do Presidente
no caso ucraniano é passível de destituição.
“É trágico que as acções imprudentes do
Presidente tornem o ‘impeachment’ necessário”, disse Pelosi, acrescentando que
Trump violou a Constituição e merece ser destituído.
Donald Trump torna-se assim no terceiro
Presidente norte-americano a passar a fase seguinte do processo para ser
destituído, depois de Andrew Johnson (1868) e de Bill Clinton (1998).
Nesse caso, o processo passará para o
Senado, que se constituirá com um tribunal para o julgamento político de Donald
Trump, de acordo com a Constituição.
Democratas e republicanos já estão em
negociações sobre os termos do julgamento político, que analisará se o
Presidente cometeu um crime passível de levar à demissão, o que nunca sucedeu
na história dos EUA, já que Andrew Johnson e Bill Clinton foram absolvidos no
Senado.
O julgamento será conduzido pelo juiz
John Roberts, mas serão os senadores quem servirá de juízes, perante os
advogados nomeados pelo Presidente.
Se houver uma maioria de 2/3 de votos
favoráveis no Senado, Donald Trump será o primeiro Presidente dos EUA a ser
demitido.
Contudo, este cenário é pouco provável,
já que os republicanos têm uma maioria confortável no Senado e já manifestaram
a intenção de se unir na rejeição da pretensão de rejeitarem o processo
espoletado pelos democratas.A
Notabanca; 19.12.209
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