O bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, Antonio Nhaga, considerou hoje que as redes sociais no país deixaram de aproximar os cidadãos para passarem a ser um espaço de cobardes ligados aos partidos políticos.
“As redes sociais já perderam há muito tempo o papel de aproximação dos cidadãos, ou seja, na Guiné-Bissau as redes sociais passaram a ser um meio de um grupinho de pessoas, cobardes, que insultam e mentem e isto não pode continuar assim”, lamentou António Nhaga, em declarações à agência Lusa.
As redes
sociais na Guiné-Bissau, principalmente o Facebook, têm sido utilizadas para
divulgar notícias falsas e muitas vezes associando às denominadas ‘fake news’ o
nome de órgãos de comunicação social estrangeiros a trabalhar no país.
As notícias
falsas aumentam conforme o momento político que o país vive e intensificam-se
sempre com as campanhas eleitorais. O fenómeno já tinha sido registado durante
a campanha eleitoral para as legislativas de março e prosseguiu com a campanha
eleitoral para as presidenciais, cuja segunda volta decorre no dia 29.
“O problema
é que essas pessoas estão fora do nosso controlo e ligadas aos partidos
políticos. Essas pessoas têm sempre alguém que transmite a mensagem e em função
do dinheiro que recebe.
Não há forma
de controlar isso, por enquanto”, afirmou o Bastonário da Ordem dos Jornalistas
guineense, que dirige o Semanário “O Democrata”.
Sublinhando que a ordem está a tentar criar condições para monitorizar esse comportamento. António Nhaga disse que o facto é que continua a “haver uma avalanche nas redes sociais de pessoas que mentem” e há jornalistas que estão a “cair nessa área”.
Sublinhando que a ordem está a tentar criar condições para monitorizar esse comportamento. António Nhaga disse que o facto é que continua a “haver uma avalanche nas redes sociais de pessoas que mentem” e há jornalistas que estão a “cair nessa área”.
“Se
continuarmos a fazer informação de qualidade, com isenção e imparcialidade
poderemos triunfar”, pediu aos jornalistas o bastonário.
Mas, segundo
António Nhaga, o fenómeno está a ter mais impacto no interior do que em Bissau.
“No interior
há muita gente, sobretudo jovens, que não conseguem saber nada. Qualquer coisa que
leem no telefone, consomem. O nível de informação e de conhecimento é insignificante”,
afirmou, salientando que estão a ser vítimas das ‘fake news’, principalmente
nesta altura de campanha eleitoral.
Questionado
sobre se aquele tipo de abordagem pode prejudicar os candidatos à Presidência
guineense, o bastonário disse que sim e “de que maneira”.
“Há pessoas
que em vez de votarem num projeto claro, não vão ter a visão, porque as pessoas
mentem e às vezes a pessoa que mente é alguém ligado à comunidade. O interior
está a ser consumido por notícias falsas por falta de verificação”, disse,
salientando que basta uma pessoa de Portugal ou Inglaterra enviar qualquer
coisa que eles acreditam “piamente”.
Mais de
760.000 guineenses escolhem no dia 29 o próximo Presidente da Guiné-Bissau,
entre Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco Embaló, apoiado
pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15).
Notabanca; 18.12.2091
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