Cientistas da ONU alertam em novo
relatório que cidades inteiras poderão ser engolidas se nada for feito.
“Ajam rápido contra as emissões de gases de efeito estufa ou cidades inteiras serão engolidas pela subida das marés, rios secarão e a fauna marinha desaparecerá”, dizem.
Esse é o alerta lançado por cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em um relatório publicado nesta quarta-feira (25) sobre as consequências do aquecimento global para os oceanos, as geleiras e os polos.
“Ajam rápido contra as emissões de gases de efeito estufa ou cidades inteiras serão engolidas pela subida das marés, rios secarão e a fauna marinha desaparecerá”, dizem.
Esse é o alerta lançado por cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em um relatório publicado nesta quarta-feira (25) sobre as consequências do aquecimento global para os oceanos, as geleiras e os polos.
Alguns dias após manifestações
de milhões de jovens ao redor do mundo
pedindo aos líderes uma acção urgente em favor da natureza, os cientistas do IPCC - órgão independente da
ONU - acreditam que medidas radicais ainda podem impedir que os piores cenários
se concretizem. O documento ressalta que se as emissões de CO2 continuarem a
aumentar, elas desequilibrarão os oceanos e as zonas mais frias do planeta.
"Todos, no mundo inteiro, serão
afetados pelas mudanças que já estamos observando", sublinha o oceanógrafo
britânico Michael Meredith, um dos autores do estudo. "O elemento principal
deste relatório é que temos uma escolha. O futuro ainda não está
definido", reitera.
Finalizado na terça-feira (24) durante
uma sessão de 27 horas de negociações em Mônaco entre cientistas e
representantes governamentais, o documento é o resultado de dois anos de
trabalho do IPCC.
Realizado por mais de 100 especialistas
com base em sete mil publicações científicas, ele detalha as consequências
diretas do aquecimento global para 1,3 bilhão de pessoas que vivem próximas ao
mar ou aos pés das montanhas.
Os autores do estudo acreditam que os
oceanos podem subir um metro até 2100 - dez vezes mais do que no século 20.
Segundo eles, se as emissões de dióxido de carbono continuarem aumentando daqui
até 2300, o nível do mar pode se elevar a cinco metros.
Entre as catastróficas previsões citadas
no documento, está o grave impacto do abastecimento de água em boa parte
do continente asiático, com o desaparecimento de geleiras no Himalaia que
alimentam os rios Gange e Yangtze. Já o aquecimento das terras geladas da
Sibéria ou do Alaska podem liberar grandes quantidades de gases de efeito
estufa, piorando ainda mais a situação.
Em outubro de 2018, o
IPCC já havia alertado que as emissões de CO2 precisam ser reduzidas pela
metade na próxima década para que os objectivos determinados no Acordo de
Paris sobre o Clima, em 2015, sejam alcançados.
No mês passado, o
grupo também fez um apelo por uma mudança profunda na produção agrícola
mundial, com o objetivo de preservar a segurança alimentar, a saúde e a
biodiversidade.
Publicado dois dias
depois da cúpula sobre o clima organizada pela ONU em Nova York, o terceiro
relatório do IPCC também sublinha a falta de atitude dos governos.
"Se nós não formos capazes de estabelecer
ações ambiciosas para reduzir os gases de efeito estufa, enfrentaremos as
piores consequências", afirma a paleoclimatóloga Nerilie Abram, da
Universidade Nacional da Austrália e uma das autoras do documento.
"Chegamos em um momento que temos uma escolha a fazer", adverte.
Notabanca;
26.09.2019
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