O presidente do PAIGC considerou quinta-feira de “pouco séria” a proposta de realização de um novo recenseamento eleitoral para as eleições presidenciais tendo em conta falta de meios financeiros.
Domingos
Simões Pereira durante o encontro mantido com a missão da CEDEAO de informação
pré-eleitoral garantiu ainda que não vão opor, se outros partidos políticos
entenderam que não se deve fazer correcções das omissões nos cadernos
eleitorais.
“Não só não apoiamos, como entendemos que é pouco
séria essa proposta ou seja, a própria actualização nos coloca problemas.
Ouvimos dizer que a Comissão Nacional de Eleições apresentou um orçamento de
cerca de 5 milhões de dólares para todo o processo e a realização das eleições
em que nenhum parceiro confirmou disponibilidade de apoiar essa necessidade
financeira. Agora imaginemos, se não tivermos 5 milhões, como é que vamos ter
20 milhões para realização de novo recenseamento eleitoral? Isso só pode ser de
quem não tem pressa de voltar a normalidade Constitucional”, considerou o
líder dos libertadores.
O representante do Movimento para a
Alternância Democrática (MADEM-G15) Djibril Baldé afirmou que retiraram a
posição de recenseamento de raiz, mas propuseram uma actualização com a criação
de uma plataforma de supervisão.
“ O nosso partido opôs claramente a essa ideia de
correcções de omissões. Para nós é uma figura que não existe na lei para além
disso, é polémica e actores políticos
não foram implicados na preparação do plano operacional apresentado pelo governo
(…) a nossa posição inicial era de se fazer o recenseamento de raiz mas, nós
retiramos essa posição agora nesta reunião com a missão da CEDEAO, mas propomos
uma actualização com a criação de uma plataforma de orientação e supervisão do
processo onde esteja os partidos políticos e demais intervenientes no processo
eleitoral”, afirma o porta-voz do Madem G-15.
Por sua vez, Maria Inácia Sanhá, do
Partido da Renovação Social (PRS) disse terem solicitado a assistência
permanente à CEDEAO até se encontrar a modalidade eficaz para esse processo
eleitoral.
“ A
posição do PRS é pautar pelo cumprimento da lei porque sabemos que a modalidade
de correcções das omissões dos dados de recenseamento (proposto pelo governo)
não existe na lei guineense, portanto, solicitamos a assistência da CEDEAO e
deve ser permanente desde o início até ao fim do processo para realmente
podemos verificar qual a modalidade eficiente e eficaz neste nosso caso para
podermos sair dessa crise definitivamente”, afirma para depois realçar que a
missão técnica de CEDEAO lhes informou da impossibilidade de realização de novo
recenseamento “ portanto, vamos por aquilo que está na lei que é a actualização
de dados não a correcção das omissões”.
No entanto, o membro da comissão
política da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau
(APU-PDGB) Agostinho da Costa sublinhou que seu partido defende a utilização
dos dados usados nas eleições legislativas de 10 de março, ao invés de
correcções das omissões. “ Não é possível a realização de recenseamento de raiz
porque acabamos de sair duma eleição legislativa, mas o que é certo, pode haver
actualização de cadernos eleitorais, não correcção das omissões como pretende o
governo ou seja, se não vamos para actualização dos cadernos eleitorais,
podemos utilizar os dados usados nas eleições legislativas”, disse Costa.
A organização sub-regional de informação
pré-eleitoral está no país no quadro de avaliação dos preparativos da próxima
eleição presidencial previsto para 24 de Novembro.
Notabanca;
23.08.2019
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