O chefe das Forças Armadas guineenses, Biaguê Na Ntan, afirmou hoje que enquanto estiver a frente da instituição não haverá golpe no país e que muitos o acusam injustamente de ser o suporte do atual Presidente, José Mário Vaz.
“Comigo à frente das Forças Armadas não há lugar para golpe de Estado. As pessoas podem falar à vontade, eu fico calado, porque sei o que quero para este país, eu e o meus oficiais”, declarou o general Na Ntan, ao receber um prémio que lhe foi atribuído por uma empresa de guineenses sediada no Estados Unidos de América.
A empresa decidiu homenagear o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) pelo seu papel na estabilização da Guiné-Bissau, onde, considera, não houve sobressaltos militares nos últimos cinco anos, como ocorria regularmente em anos anteriores.
Num discurso em crioulo, o CEMGFA guineense aproveitou para abordar os comentários que disse ter ouvido nos últimos meses a respeito do seu posicionamento em relação ao Presidente do país, José Mário Vaz, também conhecido por ‘Jomav’.
“Oiço muita
gente a dizer: O general Biaguê é quem tem ajudado a que o ‘Jomav’ não seja
derrubado. Peço às pessoas que consultem a Constituição da República. Na nossa
Constituição da República está lá claro. O comandante supremo das Forças
Armadas é o Presidente da República. É da lei”, observou o responsável militar.
Para Biaguê
Na Ntan, “mesmo que tenha sido uma criança a ser escolhido pelos guineenses”
como Presidente da República, todos os militares terão que o respeitar, disse,
para salientar que “quem não concordar com isso terá que mudar a Constituição”.
“As Forças
Armadas apenas cumprem com a Constituição da República”, enfatizou Biaguê Na
Ntan.
O líder
militar guineense afirmou que quando chegou ao posto, no dia 17 de setembro de
2014, jurou respeitar a Constituição por entender que a paz, a estabilidade e o
investimento estrangeiro na Guiné-Bissau “está nas mãos dos militares” e que se
sair do cargo poderá dizer ter cumprido com a sua parte.
“Posso
prometer-vos que a paz já chegou à Guiné-Bissau”, sublinhou Na Ntan, para dizer
que constitui vergonha para os guineenses, sobretudo os que vivem no estrangeiro,
quando ocorrem situações de convulsões militares no país.
Logo que
assumiu o cargo, o dirigente disse ter começado por explicar aos militares o
que é a Constituição da República, quais os seus deveres e obrigações e lançar
programas de formação de jovens soldados, cujos resultados, disse, já se fazem
sentir.
Em cinco
anos, Biaguê Na Ntan afirmou ter formado mais de 140 militares em Marrocos, 315
localmente e ainda este ano promete enviar para formações no exterior outros 97
militares.
“São estes
jovens que nos vão substituir aqui. Não podemos ficar aqui como pedras”,
concluiu.
Notabanca;
03.08.2019
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