PRS
CONVIDA PM GUINEENSE A DEMITIR-SE EM VEZ DE PROPOR EXONERAÇÃO DE MINISTROS
O Partido da Renovação Social (PRS) convidou hoje o primeiro-ministro
guineense, Aristides Gomes, a demitir-se do cargo, ao invés de estar a propor
ao chefe de Estado a exoneração de dois ministros com os quais se
incompatibilizou publicamente.
Numa conferência de imprensa, Victor Pereira, porta-voz do PRS e Jorge Malu,
vice-presidente do partido, lembraram ao primeiro-ministro guineense que
"à luz do Acordo de Conacri", de que
resultou o atual Governo, aquele não tem poderes de propor ou demitir nenhum
membro do executivo.
Os dois dirigentes do PRS garantem que apenas cabe aos partidos signatários
do Acordo de Conacri propor ao chefe do Estado a substituição dos membros do
Governo.
"Assim sendo, o primeiro-ministro devia era demitir-se a si mesmo, por
tudo o que fez e não fez durante este tempo que está na chefia do governo, em
vez de estar a pedir a saída de outros", observou Jorge Malu, antigo chefe
da diplomacia e ex-presidente do parlamento guineense.
Em carta dirigida ao Presidente guineense, José Mário Vaz, e tornada pública
na imprensa, Aristides Gomes pediu a exoneração dos ministros da Agricultura,
Nicolau dos Santos, e do Interior, Edmundo Mendes, alegando quebra de relação
de confiança com os dois e ainda sugerindo que vai ocupar as duas pastas de
forma temporária.
Em causa está o alegado desvio para venda de arroz doado pela China e que
levou Aristides Gomes a incompatibilizar-se com os dois ministros.
O ministro da Agricultura, Nicolau dos Santos, dirigente do PRS, é acusado
pela Polícia Judiciária (PJ) de desviar 36 toneladas do arroz.
O primeiro-ministro acusou o ministro do Interior, Edmundo Mendes
(independente) de ter permitido que a polícia apoiasse "uma operação
ilegal de retirada do arroz" de um armazém, onde o cereal se encontrava
sob custódia da PJ, para outro local, alegadamente por imposição do Ministério
Público.
Os dois têm vindo a trocar acusações nos órgãos de comunicação social.
Questionado sobre qual vai ser a reação do PRS se o presidente guineense,
José Mário Vaz, aceitar o pedido feito pelo primeiro-ministro e demitir os dois
ministros, Jorge Malu afirmou que o chefe de Estado "jamais aceitaria uma
coisa dessas".
Notabanca; 17.05.2019
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