José Paulo Semedo, líder do Movimento Patriótico (MP), acusou esta terça-feira, 07 de maio, o Presidente da República, José Mário Vaz de ser o “expoente máximo” de toda a crispação política no país e de criar crise na composição da Mesa da Assembleia Nacional Popular, bem como entre as instituições do Estado, porque, segundo admite, é possível que esteja a desenhar estratégias políticas para ganhar tempo e, consequentemente, adiar eleições presidenciais para 2020. Por isso exige que o Chefe de Estado guineense, tenha coragem de nomear Domingos Simões Pereira ao cargo de Primeiro-ministro e marcar eleições presidenciais ainda este ano.
“Sim, pode ser uma das suas manobras. Infelizmente, o Presidente da
República já nos habituou que atrás de uma ação tem sempre uma intenção
inconfessa. Assistimos todos, Chefe de Estado a dizer uma coisa no seu discurso
e a fazer outra contrária daquilo que está no discurso, portanto se esse for o
entendimento dos outros, não tenho elementos para contrariar a ninguém”,
admite.
Em relação às razões que podem estar ligadas a não nomeação de Domingos
Simões Pereira ao cargo de Primeiro-ministro, José Paulo Semedo não foi tão específico,
mas desconfia que, atendendo os sinais de comportamentos, leitura do tempo e
sequência de atos, o Presidente da República pode estar interessado em nomear
toda e qualquer figura menos a do líder do PAIGC.
José Paulo Semedo afirma que a Mesa da ANP tem todas as condições para
funcionar plenamente, desde que tenha quórum (50%) e apela por isso aos
deputados da nação eleitos na X legislatura a dinamizarem os trabalhos da ANP e
encontrar consensos internos, de acordo com as disposições legais, porque mês
de maio é mês de sessões que não podem e nem devem ser desperdiçadas.
De acordo com o democrata, na semana passada, uma delação da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) esteve no país para ajudar
na resolução do impasse registado na composição da Mesa da ANP e como
recomendação, a organização sub-regional propunha uma solução política e
recomendou igualmente a composição completa da mesa do parlamento guineense.
Sobre esse assunto, Paulo Semedo referiu que para o Movimento Patriótico, a
CEDEAO está dispensada da sua missão de resolver os problemas internos do país,
porque acabou o período de transição e aconselha-a a virar o seu arsenal para
Nigéria, que recentemente realizou as eleições presidenciais, “talvez haja quem
ainda não esteja de acordo com o poder naquele país”.
“A Guiné-Bissau ficou três meses ou mais sem ministro do Interior e dos
Recursos Naturais, onde estava CEDEAO e por que não se posicionou para dizer
que o governo só funcionaria se tivesse os respetivos ministros”, questiona o
político, aconselhando atores políticos a cumprirem a lei como forma de acabar
com o impasse.
Movimento Patriótico diz estar solidário com os trabalhadores públicos que
observam uma greve de três dias iniciada esta terça-feira (07 de maio) para
exigir, entre outros assuntos, respeito aos direitos dos servidores públicos,
aprovação de alguns decretos-leis e pagamento de salários. Acusa governo de
Aristides Gomes de estar ausente perante toda a situação dos trabalhadores.
Neste sentido, apela aos sindicalistas a manterem-se firmes e intransigentes na
sua luta.
Notabanca;
07.05.2019
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