Passaram já 10 anos, após o assassinato do antigo Presidente e proclamador da independência da República da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira “Nino Vieira”, assassinado no dia 02 de Março de 2009, durante um ataque realizado por militares das Forças Armadas à sua residência, em Bissau.
Horas antes do assassinato do Nino Vieira, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o general Tagmé Na Waié foi assassinado por uma alegada bomba armadilhada, no seu quartel-general, de acordo com um comunicado das Forças Armadas, divulgado e assinado pelo Capitão de Mar, Zamora Induta.
Lê-se no comunicado que “no dia 1 de Março, pelas 19h41, uma bomba colocada por indivíduos ainda não identificados explodiu no edifício principal do Estado-Maior vitimando mortalmente o General Tagmé Na Waié, tendo deixado gravemente feridos três escoltas seus quando subiam para o gabinete.”
E acrescenta: “Não obstante as medidas tomadas para evitar possíveis dissabores, um grupo de cidadãos por identificar assaltou a residência do Presidente da República tendo-o baleado até à morte”.
A instituição militar informa que “a situação está sob controlo” e “apela à
população para se manter calma e serena e não abandonar as residências”.
Até hoje não foi tornada pública nenhuma acusação no caso. A investigação
estaria a registar poucos avanços com a justiça guineense a ter verosimilmente
dificuldades a recolher testemunhos de algumas personalidades presentes no
local.
É o caso de Isabel Vieira, outra esposa de "Nino" Vieira que
estaria no domicílio do marido em Bissau, ela que se encontraria atualmente a
residir no estrangeiro.
Neste contexto o Procurador-Geral da República anunciou a 27 de Dezembro de
2017, o arquivamento das investigações desse assassínio, mas também do general
Tagmé Na Wai, chefe de Estado-maior general das forças armadas, assassinado
poucas horas antes.
E isto na sequência da decisão do Tribunal constitucional ter determinado o
prazo de seis meses como o tempo cabal para investigar um caso, findo o qual
sem novos elementos este seria arquivado, uma decisão cuja aplicação o próprio
procurador, Bacar Biai, contesta.
Na altura destes assassínios o primeiro-ministro da Guiné-Bissau era Carlos
Gomes Júnior (Cadogo filho) que acabou por ser derrubado por um golpe de Estado
em 2012, estando exilado atualmente no Portugal.
Por um lado, há teoria que defende que, o Nino Vieira foi quem mandou
colocar a bomba que resultou na morte do Chefe do Estado-maior general das
Forças Armadas, Tagme Na Wai, causando assim revolta dos militares que horas
depois atacaram a sua residência e o assassinaram.
Por outro lado, outra teoria sustenta que, o assassínio de Tagme na Wai à
bomba armadilhada, é uma estratégia elaborada para atingir e justificar o
assassinato do ex-Presidente João Bernardo Nino Vieira; visto que, apesar da
existência do desentendimento no passado entre os dois, mas Tagme Na Wai tinha
dito em algumas ocasiões que, enquanto está à testa dos Forças Armadas, não
permitiria mais derramamento de sangue na Guiné-Bissau, e prometeu garantir
segurança ao Nino Vieira, mas avisando que, se Nino Vieira o assassinar a
noite, será também assassinado na manhã do dia seguinte. Então! Notabanca
questiona. Isto terá motiva a morte dele?
Notabanca; 02.03.2019
Notabanca; 02.03.2019
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