sábado, 2 de março de 2019

DEZ ANOS DE ASSASSINATOS DE PRESIDENTE NINO E GENERAL TAGME NINGUÉM É PUNIDO 
Passaram já 10 anos, após o assassinato do antigo Presidente e proclamador da independência da República da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira “Nino Vieira”, assassinado no dia 02 de Março de 2009, durante um ataque realizado por militares das Forças Armadas à sua residência, em Bissau.
Horas antes do assassinato do Nino Vieira, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o general Tagmé Na Waié foi assassinado por uma alegada bomba armadilhada, no seu quartel-general, de acordo com um comunicado das Forças Armadas, divulgado e assinado pelo Capitão de Mar, Zamora Induta.
Lê-se no comunicado que “no dia 1 de Março, pelas 19h41, uma bomba colocada por indivíduos ainda não identificados explodiu no edifício principal do Estado-Maior vitimando mortalmente o General Tagmé Na Waié, tendo deixado gravemente feridos três escoltas seus quando subiam para o gabinete.”
E acrescenta: “Não obstante as medidas tomadas para evitar possíveis dissabores, um grupo de cidadãos por identificar assaltou a residência do Presidente da República tendo-o baleado até à morte”.
A instituição militar informa que “a situação está sob controlo” e “apela à população para se manter calma e serena e não abandonar as residências”.
Até hoje não foi tornada pública nenhuma acusação no caso. A investigação estaria a registar poucos avanços com a justiça guineense a ter verosimilmente dificuldades a recolher testemunhos de algumas personalidades presentes no local.
É o caso de Isabel Vieira, outra esposa de "Nino" Vieira que estaria no domicílio do marido em Bissau, ela que se encontraria atualmente a residir no estrangeiro.
Neste contexto o Procurador-Geral da República anunciou a 27 de Dezembro de 2017, o arquivamento das investigações desse assassínio, mas também do general Tagmé Na Wai, chefe de Estado-maior general das forças armadas, assassinado poucas horas antes.
E isto na sequência da decisão do Tribunal constitucional ter determinado o prazo de seis meses como o tempo cabal para investigar um caso, findo o qual sem novos elementos este seria arquivado, uma decisão cuja aplicação o próprio procurador, Bacar Biai, contesta.
Na altura destes assassínios o primeiro-ministro da Guiné-Bissau era Carlos Gomes Júnior (Cadogo filho) que acabou por ser derrubado por um golpe de Estado em 2012, estando exilado atualmente no Portugal.
Perante tal silêncio da justiça, continuam os rumores no país sobre os dois assassinatos.
Por um lado, há teoria que defende que, o Nino Vieira foi quem mandou colocar a bomba que resultou na morte do Chefe do Estado-maior general das Forças Armadas, Tagme Na Wai, causando assim revolta dos militares que horas depois atacaram a sua residência e o assassinaram.
Por outro lado, outra teoria sustenta que, o assassínio de Tagme na Wai à bomba armadilhada, é uma estratégia elaborada para atingir e justificar o assassinato do ex-Presidente João Bernardo Nino Vieira; visto que, apesar da existência do desentendimento no passado entre os dois, mas Tagme Na Wai tinha dito em algumas ocasiões que, enquanto está à testa dos Forças Armadas, não permitiria mais derramamento de sangue na Guiné-Bissau, e prometeu garantir segurança ao Nino Vieira, mas avisando que, se Nino Vieira o assassinar a noite, será também assassinado na manhã do dia seguinte. Então! Notabanca questiona. Isto terá motiva a morte dele?
Notabanca; 02.03.2019

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