O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, pediu hoje à Procuradoria-Geral da República para libertar as instalações do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), para que o recenseamento eleitoral prossiga.
A Procuradoria-Geral da República explicou hoje, em comunicado, que não mandou suspender o recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau e que apenas ordenou a suspensão dos trabalhos do servidor principal.
"Se não ordenou que deixe o pessoal do GTAPE retomar o trabalho. A sede do GTAPE é o cérebro. Se o cérebro no funciona, não estou a ver como um indivíduo pode ter reflexos, os reflexos partem do cérebro. Para ser coerente que liberte as instalações da GTAPE e que a GTAPE possa continuar o seu trabalho", afirmou Aristides Gomes.
Aristides Gomes sublinhou também que o servidor está nas instalações do
GTAPE, a que "ninguém pode ter acesso", o que quer dizer que é
"impossível prosseguir com o recenseamento em condições".
Questionado pelos jornalistas sobre o prazo para a conclusão do
recenseamento eleitoral, o primeiro-ministro disse que "depende do
desbloqueamento da situação atual", sublinhando que o Governo já recorreu
da decisão do Ministério Público, que é, disse, "desproporcional, injusta
e infundada".
O primeiro-ministro guineense falava aos jornalistas na cerimónia de
despedida dos técnicos eleitorais timorenses que estiveram a prestar apoio ao
processo eleitoral.
Nas declarações aos jornalistas, Aristides Gomes disse que está no país uma
equipa de peritos para fazer uma auditoria ao processo de recenseamento e que
aguardam que a situação seja ultrapassada para começarem a trabalhar.
Um despacho do Ministério Público, divulgado quinta-feira ao final do dia,
ordenava a suspensão dos trabalhos, requisitava às forças de segurança para
controlar as entradas e saídas de pessoas e para interditar a entrada de pessoas
não autorizadas.
Hoje, a Procuradoria-Geral da República guineense emitiu um comunicado à
imprensa onde afirma que nunca suspendeu o recenseamento eleitoral e que apenas
ordenou a suspensão dos trabalhos do servidor principal.
O Ministério Público guineense está a investigar alegadas irregularidades
ao recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau.
Notabanca; 11.12.2018
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