As eleições intercalares nos EUA dividiram a meio o país e o controlo do Congresso, com os Republicanos a perderem o controlo da Câmara de Representantes e a reforçarem a maioria no Senado.
Ainda com vários resultados por apurar, há já a certeza de que o Partido Democrata ganhou o controlo da Câmara de Representantes e de que o Partido Republicano reforçou a sua maioria no Senado.
O presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, já reconheceu a derrota na Câmara de Representantes e telefonou à líder dos democratas, Nancy Pelosi, para felicitá-la pela vitória do seu partido naquele órgão do Congresso norte-americano.
Trump telefonou
igualmente ao líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, “para o
felicitar pelas conquistas históricas” no Senado.
Mas uma das maiores
preocupações de Trump e dos Republicanos é o resultado nas corridas aos lugares
de governadores, com as projecções mais recentes a indicarem que os Democratas
deverão ganhar oito novos Estados, aumentando a vantagem de 16 que já possuíam
sobre os Republicanos.
Com a eleição de
alguns assentos na Câmara de Representantes ainda por apurar, as projecções
indicam que o Partido Democrata deverá recuperar cerca de 30 lugares, ficando
com cerca de 230 congressistas contra cerca de 205 dos Republicanos.
No Senado, duas
corridas estão ainda em aberto (Arizona e Montana), mas as projecções indicam
que os Republicanos devem manter o controlo, reforçando a maioria com dois a
três lugares (54 contra 46).
A perda da hegemonia
Republicana no Congresso acontece após umas eleições que ficarão na história
com uma das mais concorridas (mais de cem milhões de eleitores) e uma das mais
caras (com estimativas a indicar que os candidatos gastaram mais de cinco mil
milhões de euros nas campanhas).
Mas ambos os partidos
reclamam vitória, olhando para os bons resultados que os Democratas conseguiram
nas zonas suburbanas e que os Republicanos conseguiram nas zonas rurais do
interior.
Donald Trump reagiu no
Twitter – “Tivemos uma tremenda vitória, esta noite”.
O Presidente
mostrou-se particularmente satisfeito com o reforço Republicano no Senado,
depois de se ter envolvido directamente na campanha, tendo participado em 42
comícios, em 22 Estados.
Do lado democrata,
Nancy Pelosi, líder parlamentar dos Democratas, reagiu aos resultados com igual
satisfação, prometendo que utilizará a maioria na Câmara de Representantes para
prosseguir uma agenda bipartidária para o país e trabalhar para “soluções que
nos unam”.
À boca das urnas, as
sondagens revelaram que o tópico que mais preocupou os eleitores foi a questão
dos cuidados de saúde, com os dois partidos divididos sobre o futuro do
programa Democrata conhecida como Obamacare, que a agenda Republicana procura
rejeitar.
O segundo tema mais
relevante, nas respostas dos eleitores, é a questão da imigração, que Donald
Trump trouxe de forma exuberante para a campanha, tendo sido muito criticado
pelos candidatos democratas, que defendem regras mais inclusivas.
Estas eleições ficam
ainda marcadas pelos números recorde de eleitores jovens e de eleitores de
minorias.
Mas também o perfil
dos eleitos teve uma alteração, com a nomeação de mais de cem mulheres para o
Congresso, sobretudo pelo partido Democrata.
Com o novo equilíbrio
entre o Senado de maioria Republicana e a Câmara de Representantes de maioria
Democrata, os analistas preveem um clima político mais hostil à Casa Branca de
Donald Trump.
Vários congressistas
eleitos pelo Partido Democrata prometeram na noite eleitoral uma forte
resistência à agenda legislativa dos Republicanos, mas também um escrutínio
mais activo das políticas de Donald Trump.
Alguns sugerem que
poderão mesmo iniciar um processo de “impeachment” ao Presidente, por suspeição
de conluio com uma alegada interferência do governo russo nas eleições
presidenciais de 2016.
Notabanca; 09.11.2018
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