O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, confirmou hoje que o atual primeiro-ministro, Aristides Gomes, é quem vai organizar eleições legislativas, ainda sem data marcada.
As declarações do Presidente guineense ocorrem numa altura em que se
adensam indicações nos círculos políticos de que José Mário Vaz estaria na
iminência de derrubar o atual Governo, com a justificação de não ter conseguido
organizar eleições.
Em abril, José Mário Vaz marcou a data do escrutínio para 18 de novembro,
mas dificuldades admitidas pelo Governo fazem com que as eleições não tenham
lugar na data marcada.
Num encontro hoje com os régulos (líderes tradicionais) na localidade de
Bula, norte da Guiné-Bissau, e respondendo aos jornalistas, José Mário Vaz
garantiu que não tenciona demitir o primeiro-ministro, Aristides Gomes e será
este quem vai organizar eleições.
"Não se justifica, de forma alguma, dizer, neste momento, que vamos
derrubar este Governo. Não é possível", afirmou o Presidente guineense.
José Mário Vaz exortou apenas Aristides Gomes a reforçar o diálogo com os
atores políticos para a busca de consensos sobre o recenseamento eleitoral, que
tem sido contestado por vários setores.
"Apenas apelamos para que haja entendimento entre o primeiro-ministro
e todos os partidos políticos para termos um recenseamento eleitoral limpo e
termos umas eleições livres, justas e transparentes", observou José Mário
Vaz.
Quanto à marcação de uma nova data do escrutínio, o Presidente guineense
disse não depender apenas de si, mas também das negociações entre o
primeiro-ministro e os partidos políticos.
"Não devemos ter nenhuma precipitação. Façamos as coisas com calma
para que possamos ter um bom recenseamento para que não voltemos a ter
problemas na nossa terra", sublinhou José Mário Vaz.
Notabanca; 19.11.2018
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