O papa Francisco canonizou domingo o arcebispo salvadorenho assassinado em 1980 Oscar Romero e o papa italiano Paulo VI, numa cerimónia na praça de São Pedro no Vaticano.
Francisco pronunciou a tradicional fórmula em latim para proclamar a santidade diante de dezenas de milhares de fiéis, entre os quais numerosos salvadorenhos.
“Declaramos santos os beatos Paulo VI, Oscar Arnulfo Romero Galdámez (…)”, disse o papa, que decretou que “eles devem ser venerados como tais por toda a igreja”.
Foram igualmente
canonizadas as freiras Nazaria de Santa Teresa de Jesus March, espanhola, e
Maria Catalina Kasper, alemã, os padres italianos Francesco Spinelli e Vincenzo
Romano e o laico italiano Nunzio Sulprizio.
Descrito como um homem
simples e próximo do povo, Oscar Romero, nascido em 1917, foi defensor dos
camponeses sem terra, provocando a cólera dos sectores mais conservadores de El
Salvador.
Apelidado ‘a voz dos
sem voz’, era, mesmo não sendo teólogo, adepto da teologia da libertação, uma
corrente nascida na América Latina. Foi assassinado durante uma missa por um
comando da extrema-direita a 24 de Março de 1980, no início de uma guerra civil
(1980-1992) que fez cerca de 75 mil mortos e sete mil desaparecidos.
Paulo VI, nascido
Giovanni Battista Montini em 1897, foi papa entre 1963 e 1978 e concluiu o
Concílio Vaticano II, iniciado pelo seu predecessor João XXIII, considerada uma
importante adaptação da igreja católica ao mundo moderno.
Foi beatificado em
Outubro de 2014 e é lembrado como o papa que disse “não” à pílula contracetiva
em 1968, suscitando reacções muito negativas, até no seio da igreja.
O papa cita
frequentemente os escritos de Paulo VI e os dois têm em comum uma vontade de
reformar a cúria romano.
Notabanca; 15.10.2018
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