ONU REAGE SOBRE A SITUAÇÃO POLÍTICA DA
GUINÉ-BISSAU
Os membros do Conselho de
Segurança foram informados, no dia 30 de agosto de 2018, sobre a situação na
Guiné-Bissau, pelo Representante Especial do Secretário-Geral e chefe do
Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau
(UNIOGBIS), José Viegas Filho; O Embaixador Anatolio Ndong Mba, Representante
Permanente da Guiné Equatorial junto das Nações Unidas, na qualidade de
Presidente do Comité de Sanções criado pela resolução 2048; O Embaixador Mauro
Vieira, Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, na qualidade
de Presidente da Configuração para a Guiné Bissau na Comissão de Consolidação
da Paz, e a Sra. Elisa Tavares Pinto, representante da sociedade civil da
Guiné-Bissau.
Os membros do Conselho de Segurança enfatizaram a necessidade de engajamento
contínuo da comunidade internacional no apoio aos esforços regionais com vistas
à plena implementação do Acordo de Conacri, bem como do Roteiro de Seis Pontos
da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). .
Os membros do Conselho de Segurança encorajaram os actores nacionais a
trabalhar em conjunto para as eleições legislativas de novembro de 2018
programadas pelo Governo da Guiné-Bissau. Salientaram que a realização de
eleições atempadas, inclusivas e credíveis, conforme está expresso no Acordo de
Conacri e no Roteiro de Seis Pontos da CEDEAO, são essenciais para o retomar
dos esforços nacionais de reforma sustentáveis.
Os membros do Conselho de Segurança agradeceram aos Estados Membros e
organizações regionais que prometeram apoio eleitoral e pediram o seu
desembolso oportuno. Eles encorajaram o UNIOGBIS a exercer forte liderança na
coordenação de esforços internacionais no apoio ao governo e aos órgãos de
gestão eleitoral em colaboração com a União Africana (UA), a CEDEAO, a
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Europeia (UE).
Apelaram ao apoio continuado da comunidade internacional às eleições.
Os membros do Conselho de Segurança observaram que a realização de eleições
legislativas, bem como a assinatura de um Pacto de Estabilidade, tal como
previsto no Acordo de Conacri, são as prioridades máximas. Eles também
enfatizaram a necessidade de reforma constitucional, conforme estabelecido no
Acordo de Conacri, para reduzir os riscos de futuras crises políticas. E
instaram as partes nacionais relevantes a continuar as consultas em busca de
consenso sobre a reforma constitucional antes das eleições presidenciais de
2019.
Os membros do Conselho de Segurança encorajaram todas as partes interessadas na
Guiné-Bissau, bem como a comunidade internacional, a apoiar o fortalecimento
das instituições do Estado e notaram a importância de fazer progressos reais em
direção às reformas, que apoiarão a estabilidade política a longo prazo e paz
sustentável na Guiné-Bissau. Eles observaram com satisfação o profissionalismo
demonstrado pelas forças armadas através da sua contínua não-interferência na
política nacional e assuntos judiciais, e o cumprimento dos seus deveres de
acordo com o seu papel constitucional.
Os membros do Conselho de Segurança reiteraram sua preocupação com a questão do
narcotráfico e o crime organizado transnacional na Guiné-Bissau. Eles apelaram
a uma cooperação e apoio internacional reforçados nessa área, sob a coordenação
das entidades das Nações Unidas no terreno. Eles enfatizaram a necessidade de
uma maior presença do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC)
no terreno.
Os membros do Conselho de Segurança saudaram a adoção oportuna de uma Lei de
Paridade de Género na Assembleia Nacional e pediram sua rápida promulgação e
implementação antes das eleições legislativas de novembro de 2018.
Os membros do Conselho de Segurança elogiaram o trabalho da CEDEAO e da sua
missão de segurança na Guiné-Bissau (ECOMIB), fomentando o progresso político e
a estabilidade no país.
Os membros do Conselho de Segurança recordaram o importante papel da Comissão
de Consolidação da Paz no apoio à paz sustentável na Guiné-Bissau e saudaram o
seu envolvimento activo com o Governo da Guiné-Bissau e as partes interessadas
relevantes no terreno, bem como com organizações regionais, para manter as
prioridades a longo prazo da consolidação da paz do país.
Os membros do Conselho expressaram o seu apoio ao envolvimento do UNIOGBIS e
SRSG Viegas Filho, bem como ao grupo de parceiros internacionais no terreno
(UA, CEDEAO, CPLP, UE, ONU).
Notabnca; 09.09.2018
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