terça-feira, 7 de agosto de 2018

ZAMORA INDUTA DEFENDE REDEFINIÇÃO DA FRONTEIRA ENTRE A GUINÉ-BISSAU E O SENEGAL
A brincadeira tem limites. Os guineenses não podem nunca ceder nestas negociações.
Antigo Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau afirma ser uma questão prévia às negociações da zona conjunta.
A Guiné-Bissau está a negociar com o Senegal um novo acordo sobre a exploração conjunta de petróleo, que, segundo o Executivo e observadores, constituiu um erro histórico há 25 anos quando atribui 15 por centro dos lucros para Bissau e o restante para Dakar.
O Governo guineense defende um acordo que defenda os seus interesses, mas há quem pense que a questão é outro.
Entretanto, o antigo chefe de Estado Maior das Forças Armadas, o almirante José Zamora Induta, defende que a Guiné-Bissau deve chamar o Senegal à mesa das negociações para redefinir as fronteiras e, nesse caso, a zona conjunta deixará de existir.
O embaixador da Guiné-Bissau em Bruxelas que liderou a delegação guineense nas conversações em Dakar, Apolinário de Carvalho, considerou em conferência de imprensa em Bissau que elas" correram bem" e que a parte guineense "fez ver à parte senegalesa que é preciso corrigir um erro histórico", no acordo de 1993.
O responsável adiantou que o país tem hoje uma estratégia nacional que assenta na exigência de uma nova partilha, sem no entanto, a revelar.
Entretanto, há outras posições, nomeadamente de sectores da defesa.
O antigo chefe de Estado Maior das Forças Armadas, o almirante José Zamora Induta, é de opinião que o Governo da Guiné-Bissau “tem condições geopolíticas para voltar a chamar o Senegal à mesa, mas para discutir a delimitação das fronteiras” e, sendo assim, não deverá haver zona conjunta.
“Uma questão prévia para falar da zona conjunta, se é que haverá necessidade para falar dela no futuro, é uma redefinição das nossas fronteiras marítimas”, defende Zamora Induta que diz não saber por que na altura não se teve em conta “a Convenção Montego Bay, de 1982, que define a divisão das fronteiras marítimas”.
Notabanca espera com muitas expectavas, o desfecho desta novela entre Bissau e Dakar. Certo é, Guiné-Bissau não tem nada a perder, custe que custar. Porque não podemos estar a brincar com coisas serias. O futuro do país e dos nossos filhos que estão em mãos dos Senegal.
Notabanca; 07.08.2018

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