domingo, 18 de setembro de 2016

EDITORIAL
PAÍS ADIADO E CRESCEM AS PRÁTICAS PERNICIOSAS
Desde o dia 12 de agosto de 2015, altura em que, o Presidente Mário Vaz, demitiu o governo do PAIGC liderado por Domingos Simões Pereira (DSP), a Guiné-Bissau mergulhou-se numa crise político-institucional sem precedentes.
Carlos Correia veterano da luta de libertação nacional e segundo vice-presidente do PAIGC, sucedeu por decreto presidencial, em setembro ao DSP. Com efeito, não conseguiu concretizar o sonho, porquanto os quinze deputados expulsos do PAIGC, que optaram coligar-se com o PRS decidiram desafiar o Governo do “titio” Carlos Correia. O braço de ferro, infelizmente, culminou com a demissão do executivo em maio de 2016, que tentava fazer aprovar no parlamento o seu programa de política geral de governação e o orçamento-geral de Estado (OGE), para o resto da legislatura.
Apesar do chumbo do programa, o PAIGC continuou em todas frentes a sua luta contra um gigante das arenas, a saber, o Presidente José Mário Vaz apoiado pelos 15 deputados revoltosos e o PRS. Como diz o adagio, “quando dois elefantes brigam, infelizmente é a floresta que sofre as consequências.”
Logo depois, o Presidente Mário Vaz nomeou Baciro Djá pela segunda vez consecutiva, culminando no mesmo dia em tumulto entre os militares e militantes do PAIGC em frente da sede desta formação politico. O confronto resultou em seis feridos. Um mês depois, os parceiros financeiros da Guiné-Bissau que davam apoio ao Orçamento-geral de Estado (OGE) anunciaram o congelamento de ajudas ao país.
Passados dias, surgiu “avião fantasma que trouxe para Bissau duas maletas misteriosas e uma espada.” O facto foi remetido agora ao silêncio pelas autoridades do país.
A situação política do país piorou-se com o bloqueio da Assembleia Nacional Popular em Janeiro de 2016. Logo depois, o Primeiro-ministro Baciro Djá, terceiro vice-presidente expulso também do PAIGC foi empossado em Junho de 2016. Este não conseguiu dar nenhum passo em frente e muito menos reunir os parlamentares para aprovação do seu programa do Governo. Estando a funcionar com despesas extraparlamentares. Uma situação “lamentável” que se qualifica de combates mais encarniçados na arena politica guineense sem vencedor declarado, e nem vencido. O Presidente Mário Vaz desencadeou combate renhido contra Domingos Simões Pereira e o PAIGC, mas não deu em nada frutuoso para o Chefe de Estado granjear mais credibilidade nacional e internacional.
As organizações de combate contra o tráfico de drogas revelam que o gráfico de correios de estupefacientes está a subir em flecha. Já que, detiveram 39 narcóticos de 2014 ao agosto de 2016 na Guiné-Bissau. As jovens raparigas e mulheres guineenses estão a consumir, de forma acelerada e preocupante, haxixe liderando o quadro, particularmente nos espaços públicos de diversão, nomeadamente botequins, discotecas e escolas. Tornando-se num efeito de moda para a camada juvenil.
Como isso não se bastasse, os indicadores da Saúde pública apontam, “Duzentas em cada mil crianças morrem antes de completarem os cincos anos na Guiné-Bissau”, associado com ondas de assaltos a mãos armadas à ribalta, envolvendo agentes de defesa e segurança de Estado.   
Com tudo, Presidente Mário Vaz não desarmou, tentou sem sucesso derrubar o DSP atraves de um wazari a maneira dos judokas japoneses, mas a calabaceira-animal político do PAIGC segue ainda erguida, enraizada no solo guineense com apoio de outras formações políticas com representação parlamentar. Na altura em que os tambores convidavam os dois lutadores à um outro confronto físico no Parlamento guineense, a CEDEAO enviou uma missão presidencial à Bissau, com o intuito de pôr cobro à contenda entre os beligerantes que deixavam parecer sinais de cansaço perante adeptos pasmados e povo na penúria.
A CEDEAO propôs a classe política guineense no dia dez de setembro em Bissau, um acordo baseado em seis pontos, nomeadamente, “Formar um Governo de Consenso e Inclusivo para a implementação da plataforma da mesa redonda para dirigir o país até as próximas eleições em 2018.
Esta é a ultima oportunidade e advertência para os beligerantes guineenses, não só pela manutenção da paz e da estabilidade na Guiné-Bissau, mas tambem pelo bem-estar do povo, já cansado de sofrer.
Será que este acordo em perspetiva, terá pernas para andar, após vários outros que ficaram nas gavetas sem efeito positivo? Alea yacta est!
A ver vamos!  
Notabanca.

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